Adeus a Antônio Garcia da Silva, o Cigano - Projeto ManuelzãoProjeto Manuelzão

Adeus a Antônio Garcia da Silva, o Cigano

29/05/2019

Muitos passarão, já disse Mario Quintana, mas esse Homem-Passarinho a de deixar muitas saudades em muitos lugares.

Hoje perdermos um grande guerreiro da causa das águas.
A morte de Antônio Garcia, mais conhecido como Cigano, se insere na categoria das perdas irreparáveis.
Jamais teve um cargo público ou qualquer ganho econômico para defender o meio ambiente. Fazia por convicção a defesa das águas, da revitalização dos córregos urbanos e da bacia do rio das Velhas.
Foi um dos primeiros companheiros do Projeto Manuelzão, portanto, é com muito pesar que me despeço deste amigo.
Força para toda a família e nossa gratidão eterna pela sua passagem no planeta Terra.

Marcus Vinícius Polignano, Projeto Manuelzão

 

Reverberamos também a homenagem do Subcomitê Ribeirão Arrudas.

Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão…
Eu passarinho!

Voz rouca, grave, marcante; um personagem das águas, das lutas ambientais e sociais; um amigo querido, pai, avô. Antônio Garcia da Silva, que sempre se apresentava com o nome completo, seguido pelo apelido “mas pode chamar Cigano”, nos deixa com saudades e com a tristeza da partida, mas com a certeza de um dever cumprido.

Nos diferentes fóruns e espaços em que transitava, do Conselho Municipal de Saúde ao Comitê do Rio das Velhas; das comissões regionais ao Núcleo Manuelzão do Cercadinho, que ele ajudou a fundar, construiu uma longa trajetória e uma presença marcada pela coerência de quem pensa antes nos outros que em si mesmo. Mahatma Gandhi diria que a “Felicidade é quando o que você pensa, o que você diz e o que você faz estão em harmonia”. Nessa percepção, a felicidade do colega Cigano contagia os espaços em que passa passarinhando e irradiando esperança.

Um caso volta à memória quando aquele senhor, já idoso, chama a atenção com seriedade para um grupo que, após uma reunião em que o meio ambiente não foi prioridade, conversa em um nível de indignação e desesperança. Disse ele em tom sério: “Olha aqui! Nós não vamos desistir do Arrudas, ainda nado novamente nele”, disse. Esperança irradiada, por aquele que depois de tantos contratempos, mantinha a esperança no olhar e motivava o que estava ao seu redor. Liderança, como poucas, isso é certo; pessoa a ser lembrada em todos os momentos. As águas, os rios, as pessoas e a cidade de Belo Horizonte devem muito a esse herói cotidiano que longe das luzes lutou para construir uma cidade e uma sociedade melhor. Muitos passarão, já disse Mario Quintana, mas esse Homem-Passarinho a de deixar muitas saudades em muitos lugares.

Antônio Garcia da Silva, Cigano. Presente.

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