Movimento Mundial pelos Rios

O Projeto Manuelzão, mirando o planeta Terra através das águas e ecossistemas da Bacia do Rio das Velhas, enxerga uma grande bacia hidrográfica entrecortada por ecossistemas integrados entre si e geologicamente sustentados.

A biodiversidade do nosso planeta e a saúde integrada de todos os ecossistemas exige de nós uma atitude biocêntrica de gestão e nos mostra a limitação conceitual do antropocentrismo no cuidado da Terra.

A totalidade dos povos do mundo habita estes ecossistemas hidrográficos e sentem o desastre da degradação ambiental, fruto do mesmo modo de produção e consumo do mercado internacional. Os espelhos dágua refletem a nossa mentalidade. Este reflexo permite a adoção de metodologias de mobilização, de monitoramento e de pesquisa, para diagnóstico e transformação das condições dos nossos rios e da mentalidade civilizatória que as produzem.

Atualmente é perceptível a necessidade de também agir globalmente e pensar localmente. O sistema internacional de produção e consumo é integrado pelo mercado e este sistema impacta todos os locais a partir de uma lógica central. Em todos os locais, as pessoas podem perceber o reflexo desta mentalidade na condição de seus rios e tem sido frequente que se mobilizem em sua defesa.

Este fenômeno torna possível e necessário a promoção de um movimento internacional pelos rios. Aqui em Minas Gerais, por iniciativa prática e conceitual do Projeto Manuelzão e com importante apoio do governo do Estado, já realizamos dois encontros internacionais com esta temática, em 2008 e em 2010. O terceiro encontro é necessário e parece muito provável acontecer, talvez em outro país. A Meta 2010, que integra as ações do Projeto Manuelzão e do Estado de Minas Gerais em torno da revitalização do Rio das Velhas, tem sido nossa inserção legítima e internacionalmente reconhecida nesta causa.

A linguagem dos movimentos pela conservação, preservação e recuperação de rios é comum. É uma linguagem internacional e o Projeto Manuelzão está preparado para esta liderança ao lado de outras iniciativas congêneres em todos os contimentes. Podemos dizer que o Rio das Velhas nos deu régua e compasso, ao longo destes anos de ação e aprendizado. As pesquisas científicas de caráter transdisciplinar, as tecnologias de mobilização social e das articulações políticas com empresários e instâncias governamentais para uma gestão participativa, descentralizada e conjunta nos conferem hoje segurança, liderança e capacidade de assumir o papel que a história está nos destinando.

Propomos que este movimento supere fronteiras, através da realização de seminários internacionais nos diversos continentes e  intensificação dos contatos pela internet. Esse nascente movimento poderá exercer uma força ativa de liderança internacional, com significativo saldo em transformação da mentalidade. Com base nessas referências metodológicas convocamos a todos para a defesa da Terra através do eixo comum do cuidado dos  rios.

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