13/12/2016
É preciso mudar nossos paradigmas e a realidade está aí nos demonstrando que não podemos cometer os mesmos erros do passado.
Mais uma vez a população da Região Norte, na avenida Vilarinho, em Venda Nova, na grande Belo Horizonte, passou por um grande susto. Com as intensas chuvas que estão ocorrendo na capital, várias ruas ficaram alagadas e até os ônibus quase ficaram submersos. Pessoas ilhadas pediam socorro e muitas se protegeram em cima dos ônibus.
Esse problema não é de hoje e acontece na região há muitos anos e se repete a cada ano no período chuvoso. A causa principal seria a canalização dos córregos da região que com o concreto não tem para onde ser escoado.
O Projeto Manuelzão vem há muito tempo alertando para a errada decisão de canalizar os córregos da capital. Uma política equivocada que comprime os córregos, não os deixando correr livres em seu trajeto natural.
“A canalização aumenta a velocidade da água e consequentemente o seu poder de destruição a jusante, propicia a ocupação e a utilização de áreas sujeitas a inundação, além de exterminar a biota dos rios e das baixadas”, revelam ambientalistas do Projeto.
Para eles, é preciso mudar nossos paradigmas e a realidade está aí nos demonstrando que não podemos cometer os mesmos erros do passado e não precisamos desaparecer debaixo d’água para concluirmos que canalização só faz piorar o problema das enchentes. “Antes das canalizações, as enchentes atingiam apenas as áreas próximas aos rios. Depois delas, as inundações começaram a atingir bairros inteiros, destruindo casas e matando pessoas”, alertaram.
Solução
Atualmente, na Europa, a maior parte dos rios e córregos já estão sendo revitalizados, ou seja, as canalizações já estão sendo desfeitas e as curvas originais dos rios estão sendo recuperadas. Isso é o que propõe o Projeto Manuelzão para a realidade de Belo Horizonte e das cidades brasileiras.
O que levou as cidades europeias a tomarem a decisão de devolver a forma original a seus rios e córregos foi terem sofrido na pele o mesmo problema de enchentes que Belo Horizonte enfrenta. “É sinal de inteligência aprender com os erros e evitar a reincidência. Por que gastar fortunas em obras de canalização, se já ficou comprovado pela história que isto não resolve o problema de enchentes?”,questionam ambientalistas do Manuelzão ao propor a não canalização dos rios, mas a retirar dos esgotos deles, a diminuição do cimento nos quintais, do cimento e do asfalto dos estacionamentos, ruas pequenas dos bairros e condomínios. Asfalto só para as avenidas e estradas, há outros pisos melhores para a infiltração da água. A água da chuva deve infiltrar o solo onde ela cai, por isso o solo deve estar preparado para isso.