16/09/2015
Participaram da reunião representantes do Sindiextra, IGAM, FIEMG, FAEMG, FETAEMG, Copasa, SAAE Itabirito e prefeituras de Nova Lima e Santa Luzia.
Em mais um alerta sobre a crise
hídrica e os problemas que atingem o rio das Velhas, a diretoria ampliada do
CBH Rio das Velhas reuniu em sua sede no último dia 10 de setembro,
representantes do Sindiextra, IGAM, FIEMG, FAEMG, FETAEMG, Copasa, SAAE Itabirito
e prefeituras de Nova Lima e Santa Luzia para debater e definir ações
estratégicas e emergenciais com o objetivo de orientar a demanda relativa aos
recursos hídricos na região do Alto rio das Velhas.
O presidente do CBH Velhas,
Marcus Vinícius Polignano, apresentou em gráficos e mapas, no início da
reunião, os problemas enfrentados pela Bacia e como eles estão afetando a
gestão de todo o curso d’água. “Queremos expor os problemas e após ouvir e
escutar a todos os entes envolvidos com a bacia do rio das Velhas. O momento é
crítico e mesmo com as chuvas ainda precisamos redobrar a atenção, pois a crise
não é apenas de precipitação, mas de gestão”, disse ao revelar que se não
melhorar a atual vazão do rio, que já é baixa, cerca de 8 a 9 m³/s – antes das
chuvas – a situação será de conflito total. “O rio que vemos e que temos é que
nos avalia não os números relacionados a ele”, alertou Polignano.
De acordo com o vice-presidente
do Comitê, Ênio Resende de Souza, é grave a situação do rio das Velhas. “A vazão
do rio é muito baixa, e estudada, nos diz da pior das médias históricas”, disse
ao ressaltar que: “A situação ainda é mais crítica, pois temos uma Região
Metropolitana muito próxima a cabeceira do rio”.
No Velhas atualmente há apenas
dois pontos de medição de vazão e isso, de acordo com o presidente da
instituição, precisa mudar. “Não tem como fazer o acompanhamento do rio com
apenas esses pontos, precisamos de mais pontos de medição da vazão”, alertou o
presidente que disse irá levar aos órgãos competentes essa demanda.
Propostas concretas
“Chamar os atores é necessário e
importante para que todos discutam propostas concretas para a bacia”, afirmou o
representante da Copasa, Nelson Guimarães. Segundo ele, a empresa já trabalha
com um plano emergencial. “Precisamos entender o que está acontecendo com o rio
para buscar em uma gestão única as soluções. Em parceria precisamos encontrar
estratégias e ações que garantam a vazão mínima e necessária do rio. A Copasa
já está trabalhando para a segurança da prática de captação, caso ocorra uma
redução drástica”, revelou.
“A crise atual não pode deixar de
ser um exemplo. Temos poucos investimentos ligados à produção de água e isso
deveria ser o principal assunto a ser debatido”, destacou Ronald Carvalho
Guerra, coordenador do Subcomitê Nascentes. Para ele, as prefeituras devem
estar mais envolvidas. “Temos muitos diagnósticos agora precisamos
implementá-los. Falta gestão pública dos recursos hídricos. Nosso maior receio
é que essa cultura não muda. Amanhã poderemos ter outras crise e piores. Por
isso precisamos mudar essa cultura de destruição”, reforçou.
Não podemos observar a gestão
hídrica apenas pelo conceito da demanda, destacou o vice-presidente do CBH Rio
das Velhas, Ênio Souza. Para ele é necessário falar da melhoria de qualidade do
solo. “O melhor reservatório é o solo”, disse. “O Plano Diretor e suas Agendas
propõem estratégias concretas e altamente realizáveis. A crise está nos dando
uma oportunidade de discutir proposições novas. Estamos vivendo uma crise
ecossistêmica e não apenas de abastecimento. Temos que olhar a bacia como um
todo. Nosso olhar tem que ser ampliado e sair do tradicional”, afirmou.
Encaminhamentos
Do encontro foram levantadas
propostas e encaminhamentos. Ficou acordado que o IGAM irá fazer o levantamento
quantitativo da vazão, outorgas e demandas do Alto Rio das Velhas e os projetos
e propostas que envolvem a bacia e estão sendo realizados serão levantados e
levados ao conhecimento de todos para fortalecimento dos processos.
Outras propostas foram: promover
reuniões setoriais com os órgãos públicos e civis da Bacia, fortalecer os
Subcomitês, criar um sistema de informação para o Velhas e discutir com as
prefeituras a implantação do Plano Diretor e as agendas propostas por ele.
A próxima reunião ficou agendada
para o dia 15 de outubro na sede do Comitê. “O rio diz do que não vemos. Por
isso é preciso pensar ações urgentes para ele. Não será no curto prazo, mas
temos que começar a dar passos para mudar a atual realidade”, afirmou
Polignano.
Matéria veiculada no portal do CBH Rio das Velhas
Repórter: Renato Crispiniano – 15/09/2015