Projeto Manuelzão, AMMP e frentes ambientais farão protesto pelos 365 dias de lama, luto e impunidade

31/10/2016

A lama que virou pó, agora concretada, ainda dá o tom nos lugarejos e rios que agonizam e prolongam a dor de famílias que perderam os parentes, as casas e o antigo sustento.

Estamos completando um ano da
tragédia de Mariana e fica a pergunta: o que foi feito nesse período? Segundo
moradores, ambientalistas e a Associação Mineira do Ministério Público de Minas
Gerais (AMMP), muito pouco do que foi acordado e menos ainda do mínimo que a
população atingida precisava para ter melhores perspectivas de futuro.
Visitando o local ainda pode-se perceber que os atingidos continuam sujeitos à
própria sorte. Ninguém das empresas culpadas foi condenado, nenhuma indenização
foi paga e ainda nenhuma solução foi apresentada para o Rio Doce. Os que
perderam tudo com o rompimento da barragem de Fundão continuam esperando. Os
que perderam parentes e amigos continuam sozinhos com a sua dor. Por parte do
governo, acordos unilaterais não condizem com a realidade e frustram a
população.

Esse foi o retrato que o Projeto
Manuelzão encontrou ao visitar Bento Rodrigues, em Mariana, após quase um ano
da tragédia que dizimou 19 vidas. No local da tragédia, apenas as marcas da
força da lama e escombros continuam lá. De algumas casas só restaram ruínas.
Outras estão semidestruídas, com algumas paredes de pé e muitas ainda
destelhadas, sem janelas e portas, pois foram roubadas.

Em protesto contra tudo isso e em
apoio às famílias das regiões atingidas que até hoje não conseguiram que seus
direitos sejam respeitados, o Projeto Manuelzão, o Ministério Público de Minas
Gerais, entidades e ONGs ambientais e órgãos civis farão uma manifestação na
Assembleia Legislativa de Minas Gerais, às 9 horas, da próxima sexta-feira (4)
de novembro.

Na oportunidade, será entregue a
todos os deputados, um manifesto em defesa do Projeto de Lei de iniciativa
popular “Mar de Lama nunca mais” que já está na Casa e ainda não teve o devido
encaminhamento de urgência da questão. De acordo com a assessoria da Assembleia
Legislativa, o Projeto de Lei 3695/16, de iniciativa popular foi anexado ao PL
3676/16 juntamente com o PL 169/15 e distribuído para as Comissões de Justiça,
Meio Ambiente e Administração Pública, e no momento aguarda emissão de parecer.
A população, principal interessada na proposta se encontra decepcionada e
espera por uma ação mais efetiva dos deputados no andamento do projeto e em sua
tramitação em regime de urgência. Ainda acontecerão intervenções artístico-musicais
em memória do desastre ambiental e apresentações alusivas ao tema.

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