FestiVelhas Jequitibá – 2007

12/08/2018

O FestiVelhas Jequitibá – arte e transformação na capital mineira do Folclore, realizado em 2007, foi um espaço para convivência e discussão entre agentes culturais, ambientais e todos aqueles mobilizados pela melhoria das condições socioambientais da bacia do rio das Velhas. De 6 a 9 de setembro, Jequitibá, sede do Festival, contou com debates, palestras, […]

Lagoa Pedro Saturnino, no centro da cidade.

O FestiVelhas Jequitibá – arte e transformação na capital mineira do Folclore, realizado em 2007, foi um espaço para convivência e discussão entre agentes culturais, ambientais e todos aqueles mobilizados pela melhoria das condições socioambientais da bacia do rio das Velhas. De 6 a 9 de setembro, Jequitibá, sede do Festival, contou com debates, palestras, oficinas, exibição de vídeos, apresentações musicais, teatrais e folclóricas.

A proposta do FestiVelhas Jequitibá foi criar um momento de encontro, de convivência entre agentes culturais, ambientais e todos aqueles mobilizados pela melhoria das condições da bacia do rio das Velhas. O objetivo era dar continuidade ao trabalho iniciado no FestiVelhas Manuelzão de 2005: a construção de uma agenda cultural e seu diálogo com a agenda ambiental. Para isso, mais do que cenário, Jequitibá foi protagonista de todo o processo, recebendo o Festivelhas Manuelzão durante seu já consagrado Festival do Folclore.

O 1º FestiVelhas, realizado em Morro da Garça, foi o momento de conhecer a diversidade cultural da bacia do rio das Velhas. Na busca por essa identidade, o foco foi a apresentação de grupos culturais. Durante o evento, percebeu-se que a convivência entre os participantes era tão importante quanto o próprio espetáculo. Assim, ao momento do conhecimento das riquezas, seguiu-se o momento da reflexão. Intitulado “Festivelhas Jequitibá – arte e transformação na capital mineira do Folclore”, a segunda edição pretendeu fortalecer a agenda cultural da bacia, favorecendo, para isso, a convivência, o debate e a formação.

Ao realizarmos um festival de cultura em Jequitibá – cidade conhecida por seus festejos folclóricos -, colocamos a cultura popular no centro de nossa reflexão. Olhamos para festas como a Dança das Fitas e o Congado, instrumentos como a viola e o tambor, ritmos como o batuque e a contradança. Tentarmos compreendê-los como elementos da vida cotidiana. O que uma procissão representa na vida de uma comunidade? O que as canções “folclóricas” de uma região nos dizem sobre o local? A valorização dessas expressões artísticas pode favorecer a identificação da população com sua terra e, talvez, com os problemas de sua terra?

Jequitibá

 A cidade de Jequitibá é conhecida como a Capital Mineira do Folclore por possuir uma significativa diversidade de movimentos de cultura popular. A arte e a sabedoria de seu povo se manifesta na música, na dança, no artesanato e até mesmo em uma simples conversa. A cidade se destaca por abrigar numerosos grupos que mantêm viva a tradição folclórica. No Festival de Folclore realizado anualmente no município, cerca de 17 grupos se apresentam. Ao ser realizado em Jequitibá de forma integrada ao Festival de Folclore, o FestiVelhas Jequitibá não espera se apropriar desse espaço, mas por em diálogo a tradição cultural do município com a proposta do FestiVelhas: aliar o debate ambiental com o cultural.

Tradição e História

Igreja do Santíssimo Sacramento, situada na praça central da cidade.

Além de sua forte tradição artística, Jequitibá carrega uma considerável bagagem histórica. O município surgiu a partir da rota que os bandeirantes faziam pelas Minas Gerais durante o século XVII. Hoje, conta com mais de 5200 habitantes, 21 povoados e o distrito de Dr. Campolina (ex-Lagoa Trindade), que já foi um quilombo.

Em 1867, o município quase foi elevado a capital de Minas Gerais. O presidente da província na época, José da Costa Machado de Souza, vetou a lei, alegando precariedade do Tesouro Estadual e dificuldades que a mudança acarretaria. “Era para ser capital mineira, por que não ser a capital mineira do folclore?”, indagou em 2007 o prefeito municipal de Jequitibá, Geraldo Antônio Saturnino.

E é de forma atenciosa e acolhedora que esse município cheio de história e tradição recebeu o evento e preparou tudo para que ele cumprisse seus objetivos. O que pôde ser comprovado pelas palavras do ilustre violeiro e mestre de Folia de Reis de Jequitibá, Nelson Jacó, que estará sempre presente: “ainda sou um menino de 77 anos. Meninos gostam de folia. Por isso, é com muito amor e muita honra que recebo o FestiVelhas em Jequitibá”.

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