Tragédia de Mariana estaria esquecida e população precisando de ações concretas

28/04/2016

A preocupante situação de Mariana foi tema de mesa-redonda que ocorreu no dia 26, no Auditório da PUC-Minas, durante o Seminário de Extensão e Pesquisa.

A ainda preocupante situação dos moradores de Bento Rodrigues e de outras localidades atingidas pela barragem de Fundão em Mariana, foi tema de mesa-redonda que ocorreu no dia 26, no Auditório da PUC Minas durante o Seminário de Extensão e Pesquisa “Comunicação e narrativas da vida urbana: olhares e conflitos”, do Departamento de Comunicação Social.

Debateram o assunto, o coordenador do Projeto Manuelzão, Marcus Vinícius Polignano, que abordou a questão como um todo e o descaso com a população eu até o momento não teve nenhuma resposta concreta da Samarco ou das autoridades. “O que aconteceu em Marina foi um crime ambiental e não um acidente. È necessário pensar a situação de forma ecossistêmica, pois todo o meio ambiente foi atingido e as pessoas perderam sua história”, afirmou ao destacar que “um crime contra a água é um crime contra a vida”.

A jornalista Márcia Maria Cruz, do Jornal Estado de Minas, declarou que foi uma das primeiras repórteres a entrar no local a perceber gravidade da situação e o lamento da população. “Os relatos eram intensos. Com a tragédia percebemos o quanto ela nos atingiu em nossa identidade: a mineração é algo central na constituição de Minas, cm todos os ônus e bônus que isso representa”, revelou.

Já o jornalista, Gustavo Nolasco, morador de Mariana e criador do jornal, A Sirene, que mostra a realidade dos atingidos, disse que apesar das mortes contadas de modo oficial, ela acontece todos os dias. “Eles (os atingidos) estão morrendo por depressão. Hoje não temos mais os holofotes da imprensa, a comoção não está mais lá e parece que todos foram esquecidos. As crianças de Paracatu ainda não estão estudando. As histórias das pessoas foram embora com a lama e não apenas as casas” lamentou emocionado.

Em todas as falas ficou claro que a situação é grave e que a sociedade ainda precisa ficar atenta a tudo que acontece em Mariana, pois muitas pessoas ainda se encontram sem saber o que fazer. “Eles precisam de ajuda, de mais comprometimento do Estado e de ações efetivas para retomarem a vida. A bacia do Rio Doce também necessita de ações de revitalização, compromisso e preservação para que volte a ser viva”, disseram.

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