Trinta por cento das obras de saneamento na Lagoa da Pampulha estão prontas, afirma a CopasaProjeto Manuelzão

Trinta por cento das obras de saneamento na Lagoa da Pampulha estão prontas, afirma a Copasa

02/02/2024

Cerca de 3,2 mil imóveis já foram atendidos; expectativa da companhia é atender 9,8 mil até 2026

Um balanço da Copasa, divulgado no último dia 19 pelo jornal O Tempo, indica que cerca de 3.200 imóveis de Belo Horizonte e Contagem foram atendidos por obras de saneamento, iniciadas em agosto de 2023. Os imóveis contabilizam 30% do total de intervenções previstas pela Copasa e pelas prefeituras de ambas as cidades. Espera-se que, até o final do primeiro semestre de 2026, cerca de 9.800 propriedades parem de despejar resíduos ilegalmente na bacia.

As obras fazem parte do projeto Reviva Pampulha, parceria entre as prefeituras de Belo Horizonte e Contagem e a Copasa. O projeto visa garantir a todos o acesso aos serviços de coleta e tratamento de esgoto na área, ajudando na recuperação de um dos ícones turísticos de Belo Horizonte, inserido no complexo arquitetônico da Pampulha — distinguido como Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco.

Sérgio Neves Pacheco, gestor de Empreendimentos de Grande Porte da Copasa, em entrevista ao jornal O Tempo, explicou que: “Fizemos o trabalho de mobilização social, com ajuda das prefeituras, com o morador para permissão da ligação e, se não autorizado, passamos para a parte de notificação e sanções através da vigilância sanitária. Essa fase já está praticamente concluída”. O foco agora é em imóveis que precisam de intervenção maiores. Porém, alguns moradores são contra as implementações sugeridas pela Copasa.

Natália Araújo, assessora especial da PBH, disse, também ao jornal O Tempo, o que a prefeitura vem tentando fazer nesses casos. “Fizemos o trabalho de sensibilização, mas temos moradias que resistem. Então vamos fazer um decreto comum, por parte dos municípios, de declaração de interesse público. O imóvel que não aderiu, vai entrar em um processo administrativo e de judicialização para a instalação da rede de esgoto”.

Além das obras de infraestrutura, o programa Reviva Pampulha também se dedica à vigilância da qualidade das águas dos córregos, à inspeção e correção de descargas pluviais nas redes coletoras. De acordo com o relatório da Copasa, em março de 2023, seis dos 20 córregos que compõem a bacia apresentaram índices de qualidade considerados ruins ou péssimos.

Marília Campos, prefeita de Contagem, pontua que 70% dos córregos da Bacia da Pampulha nascem em Contagem. Assim, ela destaca as medidas contidas no plano diretor municipal, ratificado em setembro do ano anterior, com ênfase na conservação ambiental, as quais deverão auxiliar nos esforços de revitalização da lagoa.

Marcus Vinícius Polignano, professor da Escola de Medicina da UFMG e coordenador do Projeto Manuelzão, aponta que as mudanças são boas, mas não o suficiente. “Todas as ações para despoluir a lagoa são bem-vindas. Mas esse deveria ser um plano de médio e longo prazo porque precisa se fazer muitas ações simultâneas em Belo Horizonte e em Contagem para efetivamente despoluir a lagoa”.

Para ele a solução ideal seria a preservação de córregos e nascentes na capital e em Contagem, para a manutenção da qualidade da água. Além disso, os planos diretores municipais deveriam considerar a preservação das áreas adjacentes aos córregos, evitando sua ocupação por vias públicas ou assentamentos populacionais. Por fim, Polignano ressaltou a importância de uma campanha de educação de todos para salvar a lagoa.

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