“A promoção de saúde passa necessariamente pela melhoria da qualidade ambiental”, destaca coordenador do Manuelzão no Congresso Nacional da Saúde

30/08/2017

O coordenador na abertura do evento falou um pouco sobre as inspirações e atuações do Projeto na área da saúde, meio ambiente e cidadania.

Nascido
na Faculdade de Medicina da UFMG, o Projeto Manuelzão promove seus trabalhos
baseado no preceito da confluência entre saúde e meio ambiente, isto é, na
crença de que a promoção de uma saúde coletiva de qualidade está intimamente
ligada com a condição saudável dos territórios. A apresentação destes
princípios foi o tema central da fala do coordenador do Projeto, Marcus
Vinícius Polignano, durante a abertura do
Congresso Nacional
da Saúde
– Promoção da Saúde: Interfaces, Impasses e Perspectivas
, na
tarde desta segunda-feira (28).

Lembrando-se
dos diversos atores que inspiraram a criação do Projeto Manuelzão, sobretudo
por atuarem na área da medicina e meio ambiente, Polignano enfatizou as ações
de três importantes personagens históricos: os mineiros Carlos Chagas, Professor
Amilcar Viana e Guimarães Rosa.

Carlos Chagas,
um dos pilares da medicina moderna, era mineiro, médico e possuía uma visão
social da saúde, de forma que, acompanhando de forma minuciosa a vida da
população de Lassance, às margens do Rio das Velhas, descobriu a Doença de
Chagas. “Para nós (do Projeto Manuelzão), Chagas é uma referência da construção
de um olhar associativo entre as pessoas e o ambiente e como isso se relaciona
com possíveis causas patológicas.”, conta Polignano. Estima-se hoje que cerca
de 6 milhões de brasileiros sofrem com esta enfermidade.

“Guimarães Rosa,
médico formado na UFMG, também nos ajudou a perceber essa relação do homem com
a natureza e dos desafios disso na construção da sociedade e dos problemas de
saúde”, principalmente por se tratar do renomado escritor e companheiro do
vaqueiro Manuelzão, que dá nome ao Projeto.  

Esses exemplos
usados pelo coordenador Polignano tiveram como objetivo demostrar aos presentes
o papel do Manuelzão dentro da Faculdade de Medicina. “Ele (o Projeto) não é
nenhum alienígena da faculdade, mas pelo contrário, faz parte dessa história de
saúde coletiva”. E ainda completa que o “ato de descobrir nessas relações
ambientais grande parte da gênese dos problemas de saúde é uma forma de inserir
a faculdade e o curso na promoção de saúde coletiva e não só na assistência
médica”. e que a promoção de saúde passa necessariamente pela melhoria da
qualidade ambiental, da qualidade de vida e da cidadania.

O Congresso

No
período de 28 a 30 de agosto, a Faculdade de Medicina da UFMG recebe o 4º
Congresso Nacional da Saúde, onde o público multidisciplinar poderá contar com palestras
e debates serão ministrados por diversos profissionais da área. As discussões girarão
em torno de quatro eixos principais: Medicina de Família e Comunidade;
Violência na Sociedade Contemporânea; Qualidade de Morte e Estratégia de
Valorização da Vida; e Saúde e Espiritualidade.

Tal qual as
edições anteriores – 2008, 2011 e 2014 – temas como o fomento à saúde, melhoria
na qualidade de vida da população, processo de
formação dos profissionais da área e outros assuntos contemporâneos também
farão parte da programação do evento. 

 

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