A Revista Manuelzão está de volta, em sua 91ª edição!Projeto Manuelzão

A Revista Manuelzão está de volta, em sua 91ª edição!

27/09/2022

Neste número, refletimos sobre a defesa do patrimônio ambiental, histórico-cultural e humano, em um momento crucial para a democracia e o futuro da política ambiental

O mais recente número da Revista Manuelzão acaba de ser lançado! Tendo como fio condutor a defesa do patrimônio ambiental, histórico-cultural e humano, a 91ª edição foi construída a várias mãos, com a colaboração de pesquisadores, profissionais e ambientalistas de áreas diversas do conhecimento e compõe um panorama das pautas ambientais mais relevantes dos últimos meses na Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, em Minas Gerais e no mundo.

Abre a edição um relatório científico elaborado pela Região Episcopal Nossa Senhora do Rosário, a Renser, com apoio técnico do Projeto Manuelzão. Após as enchentes ocorridas no início de 2022, encontrou-se uma quantidade expressiva de metais como ferro, alumínio e manganês nos sedimentos às margens do Rio Paraopeba, próximo à região do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho. Diferentemente de outros anos, as enchentes de janeiro trouxeram à tona uma lama espessa, pesada e de cheiro forte. O contato com a lama pode ter contaminado moradores de Brumadinho, Mário Campos e São Joaquim de Bicas, alguns apresentam diarreia, febre, alergias e coceiras.

O assunto principal da Revista Manuelzão 91 é a disputa entre preservação e exploração minerária da Serra do Curral, na divisa entre Belo Horizonte, Nova Lima e Sabará. Contamos um pouco sobre sua riqueza de águas superficiais e subterrâneas, de biodiversidade e histórico-cultural, bem como sobre seu histórico de destruição pela mineração, o avanço da ocupação humana e a especulação imobiliária. Convidando o leitor a uma reflexão sobre o que queremos enquanto sociedade, reconstituímos o tortuoso caminho para o tombamento estadual da serra, que pode garantir sua proteção integral, e as investidas do governo de Romeu Zema (Novo) contra ele.

Na editoria Jornadas, trazemos a luta do movimento Deixem o Onça Beber Água Limpa, na região Nordeste de Belo Horizonte, que completou 14 anos de mobilização pela recuperação do Ribeirão do Onça, um dos afluentes do Rio das Velhas. Por meio do Conselho Comunitário Unidos pelo Ribeiro de Abreu, o Comupra, principal articulador do movimento, moradores estão próximos de conseguir a revitalização de uma das nascentes e a construção do Parque Ciliar Comunitário do Ribeirão Onça.

Em outro artigo científico, apresentamos os resultados do processo de monitoramento do Rio das Velhas, que acendem o alerta para a mortandade de peixes em trechos da bacia. Após algumas campanhas e avaliações realizadas entre novembro de 2021 e março de 2022, observou-se a existência de uma zona crítica de baixa de oxigenação entre os municípios de Santa Luzia e Santana de Pirapama, que ameaça a vida aquática local. Essa área, advertem os responsáveis pelo levantamento, deve ser prioritária na captação e tratamento de esgoto.

Abordamos também a tentativa de consagrar os direitos da natureza na proposta de nova Constituição do Chile; as atividades do Instituto Guaicuy como Assessoria Técnica Independente (ATI) em localidades atingidas pelo rompimento da barragem da Vale no Rio Paraopeba, com destaque para a inclusão do povo indígena Kaxixó no Programa de Transferência de Renda do acordo judicial de reparação; e o projeto de moradreores transformar o aeroporto Carlos Prates, na capital, em um espaço multiuso ecocultural.

Compõem ainda este número a luta por direitos das pessoas atingidas por obras de desmonte de uma barragem instável da Vale, no distrito ouro-pretano de Antônio Pereira, e a ferrenha oposição à mineração do poeta brasileiro mais destacado do século XX, o itabirano Carlos Drummond de Andrade, que viu de perto o nascimento da Vale e a pulverização do Pico do Cauê e de muitas outras montanhas em Minas Gerais.

A versão digital da Revista Manuelzão 91 pode ser acessada aqui. Boa leitura!

Página Inicial

Voltar