01/11/2013
Segundo pesquisa, agrotóxicos estariam com níveis de contaminação elevados contaminando alimentos e o meio ambiente. Com a saúde prejudicada, preocupação recai sobre possível contrabando.
De
acordo com o relatório divulgado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
29% das amostras de frutas, legumes e verduras analisadas em 2012 apresentavam
níveis de agrotóxicos superiores ao recomendado. Ou seja, podiam envenenar o
consumidor. Uma revelação chocante, já que a alimentação saudável é muito
recomendada e indica qualidade de vida e saúde.
Apesar
desses números, e ainda de acordo com o levantamento, houve uma pequena melhora
em relação a 2011, ano em que 36% das amostras analisadas tinham veneno acima
do recomendado.
Em
2012, foram examinadas 1.665 amostras de sete culturas: abacaxi, arroz,
cenoura, laranja, maçã, morango e pepino. Não se sabe, portanto, a situação das
demais que compõem a mesa dos brasileiros.
Um
dado que chama a atenção é a presença de pelo menos dois agrotóxicos que nunca
foram registrados no Brasil: o azaconazol e o tebufempirade. Isto sugere que os
produtos podem ter entrado no Brasil por contrabando. Outro dado que também
preocupa e que implica em mortes é o uso incorreto dos agrotóxicos que vem
matando trabalhadores rurais que não sabem como utilizá-los corretamente.
Mortes de produtores no campo preocupa
Estimado
em R$ 8,9 bilhões, em 2012, o mercado brasileira de
agrotóxicos, nos últimos 10 anos, cresceu 190%, bem acima do mercado mundial,
que aumentou 93% no período. “A situação é preocupante, pois a evolução dos
órgãos fiscalizadores no Brasil não consegue acompanhar esse crescimento”,
analisam especialistas.
Em
relação ao Brasil, Minas Gerais ocupa posição melhor do que outros Estados,
conforme os dados divulgados pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA),
responsável pela execução das políticas públicas de defesa sanitária animal e
vegetal no Estado. O instituto informa que no primeiro semestre deste ano fez
3,5 mil fiscalizações de uso de agrotóxicos.
Para
o coordenador do projeto Manuelzão,
Marcus Vinícius Polignano, o problema é uma questão de saúde pública. “Agrotóxicos
são produtos químicos e podem causar graves problemas desde intoxicação ao câncer”,
disse.
Para
ele, o meio ambiente também é atingido. “Os agrotóxicos estão circulando no
ambiente e provocando a contaminação de plantas, animais, do solo e da água. Um
efeito sistêmico do processo” ressalta Polignano que ainda alerta para o fato
de que tem substâncias que são proibidas de comercialização, mas mesmo assim estão
sendo utilizadas. “A situação está fora de controle. Não existe orientação e
nem controle eficaz do processo”, afirma.
O
relatório completo pode ser acessado nesta página: