23/03/2017
O Seminário discutiu o atual momento em que a falta d’água é anunciada em várias regiões do Brasil e a gestão dessa escassez.
Em celebração ao Dia Mundial da Água, foi realizado na quarta-feira, 22, o Seminário Águas do Brasil. O evento ocorreu no Ministério do Meio Ambiente, em Brasília, e contou com a presença do
Ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, e do presidente da Agência Nacional da Água (ANA), Vicente Andreu, além de diversas entidades ambientais e comitês nacionais da gestão dos recursos hídricos.
O evento teve como foco a análise dos 20 anos do Código das Águas, Lei 9433, que rege a gestão dos recursos hídricos no país. Foram comemorados os avanços e ressaltadas as dificuldades para a sua plena realização. Destaca-se a necessidade do avanço da implementação dos Comitês de Bacias Hidrográficas, que representam a gestão compartilhada da água – direito humano e de todos, não só um recurso econômico – e a necessidade de aprimoramento das ferramentas de gestão e o sincronismo efetivo do licenciamento com as normas previstas na lei para a oferta de água em quantidade e qualidade para os múltiplos usos.
Dentre os presentes, estiveram Célia Froes, representante do Comitê do São Francisco e diretora executiva da AGB Peixe Vivo, agência delegatária do Velho Chico; José de Castro Procópio, representante do CBH Velhas, comitê integrante da Bacia Hidrográfica do São Francisco. Ademais, pode-se destacar a participação do ex-Ministro e ex-Secretário de Estado de Minas Gerais, José Carlos Carvalho, que, dentro de suas considerações, enfatizou a ação do Comitê do Velhas e do Projeto Manuelzão na gestão das águas e na construção de políticas públicas em conformidade com a gestão compartilhada entre sociedade civil, poder público e governo, semelhante ao ocorrido durante a Meta 2010.
Outro objeto frisado no seminário foi o conhecimento de que, no atual momento em que a falta d’água é anunciada em várias regiões do Brasil, como São Paulo, Belo Horizonte e Brasília, não
mais se fará a gestão das demandas, mas sim, a gestão da escassez – razão pela qual a Unesco lançou a proposta do reuso da água no Relatório Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos – 2017 apresentado no evento.