Após carta, eleitos se comprometem com os rios brasileiros

30/10/2014

O idealizador e coordenador do Projeto Manuelzão, Apolo Heringer, enviou à presidente eleita, Dilma Rousseff e ao governador, Fernando Pimentel, carta de comprometimento dos eleitos com a revitalização e preservação dos rios nacionais.

De acordo com o
coordenador, a presidente leu e concordou mandando publicar editado em seu site
de campanha, Dilma.com.br
.

 

O Projeto Manuelzão
espera que o compromisso seja realmente assumido e que as ações realizadas pelas
instituições e órgãos ligados ao meio ambiente se fortaleçam para que a população
possa contar com mais apoio de todos os setores do governo federal e estadual
na proteção dos rios.

Leia carta na
íntegra: 
 

PROGRAMA  ESPECIAL  PELA 
CONSERVAÇÃO  E  REVITALIZAÇÃO DOS  RIOS 
E  BACIAS  HIDROGRÁFICAS 
BRASILEIRAS

 

“Assumo o compromisso com a proposta de revitalização dos rios e bacias
hidrográficas enquanto um dos eixos estruturantes de nossa política ambiental
urbana e rural. Aplaudo a sua apresentação neste momento, como uma ação
política que valoriza e qualifica o processo eleitoral da democracia
brasileira. Aplaudo também o eleitorado difuso que tende a valorizar
parcialmente, ou somente votar em candidatos com propostas de cunho
socioambientais e ecossistêmicas, abordando questões como a conservação e
revitalização de rios e bacias hidrográficas, nos termos assumidos por mim
neste momento, acatando o inteiro teor da proposta que recebi. Acredito que
milhões estão incluidos nesta categoria de eleitor, um avanço considerável da
mentalidade social do Brasil.

 

Esta linha de cuidar das águas a partir da compreensão do ciclo
hidrológico, compreendendo a relação solo, água, flora e fauna
ecossistemicamente organizados, permite construir uma política de gestão das
bacias hidrográficas com apoio de todos os setores da sociedade brasileira,
desde que as dificuldades sejam expostas buscando as convergências e não o
conflito cego de fins egoistas. A arte da conservação e revitalização das
bacias hidrográficas, compreendendo águas superficiais e subterrâneas, precisa
contar com a colaboração tecnológica e da ciência, mas no conceito geográfico
explicitado pelo professor Miltom Santos.

“perderam-se a poesia e a filosofia,
acopladas à geografia antiga. Nos tempos de Heródoto, os viajantes faziam
geografia sem o intuito de fazê-la. A meu ver, o maior erro que a geografia
cometeu foi o de querer ser ciência, em vez de ciência e arte. Ela abandonou a
literatura, mudou sua forma de escrever e sucumbiu ao método de pensar
cientifico.” (Milton Santos apud HISSA 2002).

Premissa para a saúde e a vida, assim como para o
desenvolvimento econômico sistentável, a água abundante e de boa qualidade é
determinante para a realização dos objetivos nacionais brasileiros e de sua
política de estado. Sobretudo que a matriz energética ainda está concentrada em
hidrelétricas. E atende aos interesses de conservação da Terra objetivos
transcendentais eticamente e aos quais o Brasil é signatário por acordos
subscritos internacionalmente.

Com base na experiência na bacia hidrográfica do Rio das
Velhas, destacado afluente do Rio São Francisco, que drena a sua única região
metropolitana e contêm um terço da população sanfranciscana, a candidata Dilma
Vana Rousseff está assumindo por este instrumento o compromisso de criar um
programa especial de Estado, ligado à presidência da República, de caráter
macro e sistêmico, intersetorial, interdisciplinar e interinstitucional, que
articule e dê sinergia a diversos programas e metas já existentes no Brasil,
visando multiplicar a médio prazo, de aproximadamente 10 anos, a quantidade e a
qualidade de nossas águas superficiais e subterrâneas.

É sabido o impacto muito forte do meio ambiente nos
indicadores sociais. A fartura de peixes nativos nos rios sempre foi, desde
tempos imemoriais, o bolsa-família de
todos, onde se buscava a janta e se praticava o lazer da população humana e de
todos os seres vivos depedentes das águas, incluindo os peixes, símbolo do projeto
Manuelzão associado à história do Rio das Velhas e São Francisco.”

Mobilizaremos as universidades, seus centros de
pesquisa, os órgãos da administração pública, a indústria e os produtores
rurais, mobilizaremos os ribeirinhos e as cidades, todos que amam nossos rios e
eles serão em breve uma referência positiva com abundância de água, de peixes,
possibilidades de trabalho, alavanca para melhorar a vida dos brasileiros e
brasileiras.

Vamos com arte, com maestria, com o entusiasmo da
criatividade do povo, junto com a capacidade tecnológica e a científica do
nosso País, superar a atual crise hídrica, potencializando, conservando e
revitalizando nossos ecossistemas e fontes vivas de recursos naturais como
política de Estado.

Brasília, 22 de outubro de 2014-10-22

Dilma Vana Rousseff

 

 

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