20/01/2021
Mudança passa pela renovação da matriz energética sobretudo nos setores de mobilidade, saneamento e energia; uma frota de veículos menos poluentes e a ampliação do uso de energias renováveis são os principais passos
Belo Horizonte tem, até 2030, uma disposição de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 20%. Os esforços, não obstante, podem ser orquestrados para alcançar metas ainda mais expressivas: a capital mineira tem a capacidade de reduzir suas emissões em 37% já em 2030 e 41% em 2040. É o que apontam os estudos e estimativas apresentados no fim do ano, durante a oficina de lançamento do novo Plano de Redução de Emissões de Gases do Efeito Estufa (PREGEE).
Elaborado em 2013, o documento foi revisado e tem o objetivo de fornecer subsídios para a cidade alcançar metas mais ambiciosas de redução das emissões de gases de efeito estufa, apontados por cientistas como a principal causa do aquecimento do clima.
De acordo com o 4º Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) de Belo Horizonte, apresentado uma semana antes do novo PREGEE, houve no período entre 2014 e 2019 uma redução de 22% de emissões na cidade.
O novo plano atualizou os cenários de redução de emissões projetados para cidade, além de apontar as principais ações de mitigação a serem implementadas e a estrutura de governança da administração municipal para execução do plano.
Por uma nova matriz energética
Ao longo de 2020, foram realizados estudos e oficinas para revisão e proposição de novas ações para redução das emissões de gases de efeito estufa nos setores de mobilidade, saneamento e energia.
A meta para o setor de transportes, por exemplo, responsável por 57% das emissões totais, é reduzir a emissão em 24% até 2030. Um dos mecanismos propostos é o estímulo à mudança da matriz energética, com a troca da frota de veículos por outros menos poluentes.
No segmento de energia, a principal meta é ampliar o uso de energia renovável e ações de eficiência energética. Já a gestão sustentável dos resíduos é apontada um dos caminhos para a redução da emissão de dióxido de carbono no segmento de saneamento e resíduos.
Plano diretor
“O novo plano diretor do município já incorpora uma série de conceitos que visam, a médio e longo prazos, a implementação de ações e políticas de estímulo ao baixo carbono e à sustentabilidade ambiental”, disse Dany Sílvio Amaral, secretário executivo do Comitê Municipal sobre Mudanças Climáticas e Ecoeficiência. O órgão colegiado, integrado por representantes do setor público e sociedade civil, foi responsável pela articulação institucional e monitoramento da revisão do plano.
Já a realização de estudos, cálculo de estimativas e consolidação das proposições de ações ficaram a cargo da WayCarbon, empresa contratada em 2019 pela Prefeitura de Belo Horizonte para a revisão do PREEGE, visando sua adequação aos novos desafios da crise climática.
A revisão considerou os avanços significativos nas discussões sobre política climática, principalmente com as metas presentes no Acordo de Paris. Também foi abordado no lançamento do novo plano, o alinhamento da política climática presente no plano com os temas e desafios a serem discutidos na próxima Conferência Global do Clima da ONU, a COP 26, prevista para ser realizada em novembro de 2021, na Escócia.
Gases de efeito estufa
Os gases de efeito de estufa são substâncias que absorvem parte da radiação infravermelha, emitida principalmente pela superfície terrestre, e dificultam seu escape para o espaço. Esse efeito, que é um fenômeno natual, impede que ocorra uma perda demasiada de calor para o espaço, mantendo a Terra aquecida. O aumento dos gases estufa na atmosfera, no entanto, têm potencializado esse fenômeno natural, causando mudanças climáticas no planeta.
Contra o chamado aquecimento global, o Protocolo de Quioto, um tratado internacional articulado pela ONU, determina a redução nas emissões de sete gases: Dióxido de Carbono (CO2), Óxido nitroso (N2O), Metano (CH4), Clorofluorcarbonetos (CFCs), Hidrofluorcarbonetos (HFCs), Perfluorcarbonetos (PFCs) e Hexafluoreto de enxofre (SF6).
[Com informações da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte]