CBH Rio das Velhas celebra 20 anos de atuação durante a centésima Reunião do Comitê

02/07/2018

A 100ª reunião de plenária do CBH Rio das Velhas foi realizada na tarde da sexta-feira, dia 29, no auditório da faculdade de medicina da UFMG, sede do Projeto Manuelzão.

A plenária, inserida
na programação da Semana Rio das Velhas 2018, reuniu conselheiros, ex-presidentes,
amigos do rio, ambientalistas e colaboradores que participaram ativamente da
luta em prol da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas ao longo desses vinte anos.

O presidente do
Comitê, Marcus Vinícius Polignano, abriu a solenidade e convidou a todos para
ouvir o hino nacional, cantado e tocado por Lívia Itaborahí e Oscar Castelhano.
No canto seguinte eles deram o tom da ocasião ao emocionar a todos com a música
O Sal da Terra.

Seguindo a pauta,
O secretário do Comitê, Renato Constâncio, apresentou a ata da última reunião,
que foi aprovada por unanimidade entre os conselheiros presentes. Marilia Melo,
diretora-geral do IGAM (Instituto Mineiro de Gestão das Águas), falou sobre a
representatividade do Comitê e a responsabilidade de gerir recursos hídricos ao
se pensar um sistema que atenda aos anseios da sociedade. “Quando a gente olha
para trás e faz uma avaliação da atuação dos diversos comitês mineiros, a gente
vê como o Velhas fez esse papel.” Ela ainda ilustrou sua fala ao contar a
história do taxista, que ao ouvi-la dizer que trabalhava com água,  perguntou se era no Manuelzão. Ela reconheceu
o Projeto como referência por ter uma intensa e importante participação no
processo das águas. Outra convidada a falar foi Célia Fróes, presidente da Agência
Peixe Vivo. Célia falou sobre os desafios, riscos e dificuldades enfrentadas
desde o inicio da agência e se posicionou otimista em relação à gestão hídrica.
“Eu acredito que estamos no caminho certo. Embora tenha dificuldades, como o
atual cenário do país, do estado, a questão econômica não favorecer muito, isso
não vai nos impedir de avançar, de lutar pelo que que acreditamos.”

Na sequência,
Polignano agradeceu a todos pelas importantes conquistas em cada pedacinho de chão
cuidado por cada um. Seu discurso remeteu à história da luta travada pelo
comitê, pelo Projeto Manuelzão e por todos que ajudaram a escrever essa
história.  “Mesmo que eventualmente não
tenhamos todas as vitórias, nunca perdemos a certeza da luta. Não deixamos de
estar presentes, não nos omitimos, nunca deixamos de questionar, de cobrar o
aquilo é verdadeiro. Nós não fazemos gestão de recursos hídricos, fazemos
gestão de água. Gestão de água é gestão de gente, de nascentes, de cuidadores,
de pessoas que tem carinho com as águas. As pessoas precisam amar e pertencer
aos seus territórios! São eles, em ultima instância, que cuidam, defendem e
preservam esses lugares. Então, o sentimento de 
associar pertencimento com gestão hídrica, é fundamental. Não adianta só
a gente ficar nos balanços hídricos, na matemática. Os instrumentos são
importantes, mas não bastam se não houver a consciência de que mais importantes
do que os instrumentos,  é a possibilidade
de manter os rios vivos, os rios sadios, os rios com água.” Ele finalizou sua
fala convidando todos  para assistir um
vídeo sobre a nascente do Rio das Velhas.

A plenária seguiu
o curso em caráter comemorativo, recebendo em pessoa, a coadjuvante do vídeo
apresentado, a ativista ouropretana Efigênia Santos Gomes, conhecida por
Efigênia Carabina. Ela participou do momento por meio da sua voz em canto e em
luta. O professor Polignano agradeceu mais uma vez a presença de todos e
convidou ao palco, conselheiros, ambientalistas, equipes de mobilização e representantes
de entidades para a entrega de uma Declaração Pública de Reconhecimento. O
documento foi entregue às pessoas presentes que, de alguma forma contribuíram
para que o CBH Velhas escrevesse sua historia até aqui. Em referência à
programação da Semana Rio das Velhas 2018, o presidente da casa contou ao
público como foi o Comitê Jovem: Águas do Onça, encontro realizado no dia
anterior, com estudantes e educadores, voltado para a educação ambiental. Ele
aproveitou pra salientar a importância da educação ambiental, a formação de
gerações de pessoas conscientes e melhor preparadas, a renovação de pessoas na
luta.  

Dando
continuidade à programação, os três ex-presidentes do Comitê, Paulo Maciel, Apolo
Lisboa, Rogério Sepúlveda e o atual, Marcus Vinícius Polignano, receberam
Rômulo Perili, da Copasa, Wagner Soares da Fiemg, o prefeito de Jequitibá,
Humberto Reis, Ronald Guerra, da UTE Nascentes, e a ativista ambiental Maria
Teresa Corujo em uma roda de conversa para falar sobre a história, as
conquistas e os desafios do CBH Rio das Velhas. Paulo Maciel relembrou
acontecimentos do inicio do Comitê e contou bons casos. O segundo Presidente e
idealizador do Projeto Manuelzão, Apolo Lisboa manifestou preocupação com a
situação do meio ambiente no Brasil, falou de política ao dizer que “para
salvar nossos rios e matas, nós temos que eleger um novo país! É impossível
revitalizar  os rios do Brasil se não
mudarmos a política do país profundamente. Não sou contra o capitalismo, sou
contra a corrupção, as más práticas”. A prosa foi animada e todos puderam  manifestar conforme seus sentimentos,
posicionamentos e crenças.

Ao final, cada
participante foi convidado e escrever um desejo em um pequeno pedaço de papel e
coloca-lo dentro de uma garrafa para ser aberta daqui a dez anos. Todos
foram presenteados com um mimo em forma de mini garrafinha de água da nascente do
Rio das Velhas, benzida por dona Efigênia.

 

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