25/06/2014
Especialistas defendem preservação de áreas verdes para aumentar número de espécies e melhorar bem-estar humano.
Nos últimos
séculos, o ser humano se tornou cada vez mais urbano, e esse processo tem tido
um impacto inegável sobre a natureza: o desenvolvimento de cidades repletas de
concreto, asfalto e indústrias poluentes causou grandes perdas à
biodiversidade, sobretudo no entorno de grandes congregações populacionais.
Diante desse cenário, uma nova pesquisa, afirma que um número relativamente alto de
espécies continua a sobreviver nas cidades, e mais ainda podem se desenvolver
se houver esforços de conservação de áreas verdes urbanas.
A pesquisa
O estudo publicado
pelos periódicos Proceedings B e Nature sugere que a biodiversidade
urbana equivale entre 8% e 25% da encontrada em habitats naturais. Ainda de
acordo com a pesquisa, ao contrário do
que se pensa, os centros urbanos não são locais ‘inférteis’ para a
biodiversidade.
No total, foram
analisadas 147 cidades – em 54 foram avaliadas espécies de aves e, em 110, de
vegetais – e descobriu-se que, em média, 8% das espécies de aves e 25% das
espécies de plantas das regiões examinadas sobrevivem à urbanização do local.
O estudo aponta
também que, enquanto algumas espécies, como pombos e a gramínea Poa annua, são
encontradas em várias cidades, a maioria das espécies ‘urbanas’ reflete a
herança da biodiversidade de determinada região geográfica, o que significa dizer que uma porcentagem das espécies nativas continua a sobreviver depois da
urbanização.
Como observa Chris Lepczyk, professor do Departamento de
Recursos Naturais e Gestão Ambiental da Universidade do Havaí em Manoa,
as cidades e áreas urbanas não são tão
desprovidas de biodiversidade como p pensamos e as descobertas indicam que as cidades oferecem
habitat para uma série de plantas e animais.
Biodiversidade ainda
é pequena
Apesar de comemorarem os resultados da pesquisa,
estudiosos revelam que embora essa
biodiversidade urbana seja maior do que se esperava, ela ainda é muito pequena
se comprada à biodiversidade presente no meio natural.
Por isso, a
análise ressalta o valor de espaços verdes nas cidades, alegando que eles se
tornaram refúgios importantes para as espécies nativas e também para as que
migraram posteriormente para a região.
Para a pesquisadora americana, Myla Aronson, embora a
urbanização tenha feito as cidades perderem grandes quantidades de plantas e
animais, a boa notícia é que as cidades ainda mantêm espécies endêmicas
nativas, o que abre a porta para novas políticas sobre a conservação regional e
global da biodiversidade. “De
fato, conservar espaços verdes, restaurar espécies de plantas nativas e criar
habitats que respeitem a biodiversidade dentro do espaço urbano poderia estimular
uma maior biodiversidade nas cidades”, alerta a pesquisadora.
Mais informações
sobre o estudo no site: http://www.nature.com/nature/journal/v508/n7494/full/508011f.html