Comitê São Francisco se reúne e cobra valorização dos Comitês

23/05/2014

Plenária aconteceu entre os dias 22 e 23 de maio, no CREA Minas Gerais e reuniu integrantes do Comitê da bacia; vários assuntos foram debatidos.

A 25ª Plenária Ordinária do Comitê da Bacia Hidrográfica (CBH)
do rio São Francisco foi iniciada na manhã de ontem, 22 de maio, no auditório
do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (CREA), em Belo
Horizonte, reunindo declarações de alerta e preocupação sobre o futuro do rio.

Compuseram a mesa: o presidente
do Comitê da Bacia Hidrográfica do rio São Francisco, Anivaldo Miranda; o secretário
de Meio Ambiente de Minas Gerais, Alceu Torres; o presidente da Comissão das
Águas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Almir Paraca; o presidente da
Companhia de Água, Esgoto e Saneamento de Minas Gerais (Copasa),Ricardo
Cangussu e o representante da Rede Brasil de Organismos de Bacia, Lupércio
Zigoto Antônio.


A plenária teve como tema central o lançamento da
campanha “Eu Viro Carranca para Defender o Velho Chico”, que tem como objetivo
realizar atividades de mobilização durante o Dia Nacional em Defesa do Velho
Chico, marcada para 3 de junho em todas as regiões da bacia.

A carranca foi utilizada como símbolo, de acordo com os
organizadores, por representar um elemento da cultura popular local. “Muitas
vezes os argumentos técnicos não conseguem alcançar as pessoas de maneira
efetiva e, por isso, é preciso representrar algo que as pessoas se identifiquem”,
ressaltou o deputado estadual, Almir Paraca.

Já o presidente do CBH do Rio
São Francisco, Anivaldo Miranda, foi enfático e ressaltou a grave e preocupante
situação de toda a bacia do São Francisco e sua preocupação com os rumos que os
assuntos sobre o tema estão sendo tratados. “A situação está crítica. Podemos
dizer que essa crise hídrica está atingindo, indiscriminadamente, todos os 504 municípios
da bacia, inclusive os de Minas Gerais, que antes não eram afetados, mesmo
assim, continuamos querendo extrair do rio muito além do que ele pode dar”,
protestou o presidente.

Comitês precisam ser valorizados

Como lembrou o presidente Anivaldo Miranda, os comitês
precisam ser fortalecidos e reconhecidos pelos poderes públicos. “Em alguns estados
houve retrocesso na valorização dos Comitês. Temos que recordar que os comitês
são espaços adequados para resolver as questões da gestão das águas. Seu
fortalecimento e reconhecimento se fazem urgente e necessário”, reforça.  

Para ele, há necessidade de enfrentar esse novo momento
vivido pelo país. “O país se vê preocupado com a situação e por isso, é preciso
desenvolver novas estratégias para a manutenção de nossos rios”, declarou o presidente
ao argumentar que o rio é mais que um canal. “É preciso conscientizar as
pessoas que o rio não é apenas um canal, mas um ecossistema e representa um
cenário maior de história e cultura local e, por isso, deve ser respeitado”,
alerta.


Plansab

O Plansab também foi discutido e apresentado ao plenário,
de acordo com o engenheiro civil sanitarista, Gilson Queiroz, o desafio é
estruturar os municípios. “Precisamos articular o esforço coletivo. Os comitês
de bacias são um exemplo de união de sucesso”, disse em sua palestra sobre os ‘Desafios
para a implantação do Plano Nacional de Saneamento – Plansab’.

Ainda de acordo com o
especialista, a iniciativa – aprovada no final de 2013 – terá investimentos de
aproximadamente R$ 500 bilhões, estabelecendo diretrizes, metas e ações de
saneamento básico para o país nos próximos 20 anos (2014-2033). “Temos as
ferramentas necessárias para caminhar e evoluir na política de saneamento das
cidades brasileiras. Para que isso dê certo, precisamos tratar as políticas de
recursos hídricos de forma integrada”

Os recursos serão aportados pelos governos municipais,
estaduais e federal, bem como de organismos internacionais e da iniciativa
privada.

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