Conhecer para inovar

11/08/2011

Palestrantes abordam metodologias para pesquisas de bacias hidrográficas na continuação do Workshop


Samantha Jane Hughes responde às perguntas da platéia. (Foto: Acervo Manuelzão)
A segunda
parte do Workshop tratou de metodologias e inovações na gestão de
bacias. Quem deu início às apresentações foi a pesquisadora
Samantha Jane Hughes, do Centro de
Investigação e de Tecnologias Agro-Ambientais e Biológicas
(CITAB),
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro,
em Lisboa. Na palestra Restauro dos rios: princípios, conceitos
e medida
, Samantha
apresentou o projeto iniciado em 2005 para acompanhar e propor
medidas de compensação na

construção da Barragem de Ribeira de Odelouca, em Algarves, no sul
de Portugal. O objetivo era identificar gradientes de qualidade e
requalificar os corredores ribeirinhos.

A pesquisa foi desenvolvida por uma equipe multidisciplinar. Os
estudos se basearam em 30 pontos de amostragem e contou com a
identificação
e processamento de macroinvertebrados além de análises
estatísticas.

Na
sequência, o engenheiro civil, mestre em Engenharia Sanitária e
professor do Departamento se Engenharia Sanitária e Ambiental da
UFMG, Valter Pádua, falou sobre a
Influência
da gestão de bacias hidrográficas na potabilização da
água
destinada ao consumo humano.
Ele
apresentou casos em que a água imprópria para o consumo trazia
malefícios à saúde, falou sobre o padrão de potalibilidade
adotado no Brasil e ressaltou os gastos com o sistema de tratamento
da água. Durante a palestra, Valter apresentou estatística que
prevê que os gastos com redução da poluição das águas nos
países desenvolvidos dobrem até 2025, atingindo em torno de US$250
per capta por ano. O engenheiro argumentou que cuidar da bacia e
impedir a poluição de suas águas seria mais interessante do que
desenvolver sistemas de tratamento sofisticados que geram mais
despesas.

O
terceiro convidado da tarde foi o biólogo Filipe Morgan, assessor
técnico da área de meio ambiente da Gerdau Açominas. Ele abordou a
análise SWOT, uma ferramenta de planejamento estratégico utilizada
pelas empresas nas quais são considerados pontos de força
(s
trength),
fraquezas
(weakness),
oportunidades (
opportunities)
e ameaças
(threats)
da instituição. Os dados listados são cruzados e tem-se como
resultado um mapeamento da capacidades ofensivas e defensivas da
empresa, as restrições e debilidades e ainda as possibilidades de
crise. Para exemplificar, o palestrante desenvolveu uma análise SWOT
de uma instituição tendo como base a relação dessa com a bacia
hidrográfica em que está inserida. No quesito oportunidades,
Filipe destacou a possibilidade de empresas estabelecerem parcerias
com as universidades para desenvolver tecnologias para eficiência
hídrica, por exemplo, e ainda a chance que elas tem de participar
dos Comitês de Bacias Hidrográficas (CBHs). Pare ele, essa é uma
forma de aumentar o poder dos consumidores de água.

A
palestra
Integridade biótica em bacias hidrográficas
mineiras
encerrou o
primeiro dia do Workshop. O biólogo e pesquisador Raphael
Ligeiro,
do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG e Oregon State
University, explicou sobre a pesquisa de Desenvolvimento de
Índices de Integridade Biótica para avaliação de qualidade
ambiental e restauração de habitats
, coordenada pelos biólogos
do Projeto Manuelzão, Marcos Callisto e Carlos Bernardo Mascarenhas.
Raphael explicou sobre o desenvolvimento da ferramenta para
identificação das condições do ecossistema com base em atributos
das comunidades de macroinvertebrados e bentônicos, a IBI (Index of
Biotic Integrity). O estudo desenvolvido por um grupo que envolve
várias instituições e disciplinas, procura adaptar e validar os
parâmetros usados por pesquisadores da Oregon State University para
a realidade brasileira. Segundo Raphael, no país ainda há poucas
iniciativas para a implantação do IBI. O trabalho toma como base as
bacias dos reservatórios de São Simão, Volta Grande, Três Marias
e Nova Ponte. Os resultados dessa última bacia foram apresentados ao
público que compareceu ao Auditório da Reitoria da UFMG.


Raphael Ligeiro encerrou o primeiro dia do Workshop com palestra sobre Integridade biótica. (Foto: Acervo Manuelzão)
Avaliação
positiva

A
estudante de graduação de Engenharia Ambiental da Universidade
Federal de Viçosa, Bárbara Porto, participou do primeiro dia do
Workshop. Para ela, a pesquisa que mais chamou a atenção foi a de
Samantha Jane Hughes, pois a ferramenta utilizada no estudo da
professora é semelhante à usada por ela em uma pesquisa sobre vazão
ecológica da qual faz parte e pode ser uma opção para o
desenvolvimento dos estudos. Ela também gostou da apresentação que
abordou o Quadro da Água na União Européia, na parte da manhã
(Veja o que
aconteceu na abertura do Workshop
).

De
acordo com a integrante da Comissão Organizadora do Workshop,
Juliana França, as inscrições para o evento superaram as
expectativas. Ela estima que, ao longo do primeiro dia, cerca de 250
pessoas tenham participado da programação. “Tá sendo muito
válido. A gente está vendo vários conceitos novos. Ideias que a
gente tem aprendido na universidade, a gente tá vendo que que é
atual, que tem sido muito falado aqui”, avalia Bárbara. A
estudante garante que participará do segundo dia de palestras, que
tem início às 9 horas da manhã no Auditório da Reitoria da UFMG.
Aqui, você encontra a programação completa.

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