Curso de atualização promovido pelo CBH Velhas cria cultura de capacitação e luta

21/02/2014

Objetivando a atualização dos conhecimentos e o firme propósito de uma luta mais consciente em favor do rio das Velhas, Comitê realiza uma semana de atualização para integrantes e comunidades da Bacia.

O trabalho voluntário cresceu nas
últimas décadas no Brasil, mas ao mesmo tempo, não é tão valorizado e impõe aos
que o fazem privações que muitas vezes atingem os familiares. Assim é a vida de
quem doa seu tempo ao outro através dos trabalhos voltados à coletividade. Os Subcomitês
e Comitês das bacias hidrográficas são assim e é o que acontece no CBH Velhas;
homens e mulheres empenhados em salvar o rio e ver ele vivo.


Integrantes do Comitê, subcomitês e da sociedade civil
“O nosso trabalho é diferenciado.
Se não mudarmos a mentalidade das pessoas não teremos nosso rio vivo. Temos que
mobilizar a população e com isso mudar sua mentalidade. No Comitê e Subcomitês tem
que haver luta política, mobilização para exigirmos que todos estejam
empenhados na preservação. Nosso trabalho voluntário tem valor”, disse o professor
Apolo Heringer, durante palestra no curso de atualização realizado no último
dia 19, em Belo Horizonte.

Estiveram presentes cerca de 50
pessoas entre integrantes dos Subcomitês, estudantes e sociedade civil. O curso
teve como objetivo a atualização dos conhecimentos dos representantes dos
subcomitês e serviu como esclarecimento para diversos pontos da gestão dos
recursos hídricos. “Nossa preocupação e oferecer e ofertar conteúdo técnico para
que nossos integrantes tenham subsídios nessa importante missão”, revela o
presidente em exercício do CBH velhas, Ênio Resende.

“O Comitê do rio das Velhas com
esse curso cria uma cultura de capacitação e permite que as pessoas que o
compõem queiram melhorar e difundir seus conhecimentos. O intuito maior é
trazer para a população uma oportunidade de conhecer o trabalho que está sendo
feito. Essa troca é fundamental para estruturar programas e projetos, com ela,
cria-se um ciclo interessante: a pessoa entende onde está, como realizar o
processo e como contribuir com ele”, afirma o palestrante Breno Esteves Lasmar – Advogado especializado em
Assessoria e Consultoria Jurídica ambiental e de recursos hídricos. 
Professor Apolo Heringer durante palestra

Para ele, com representantes
esclarecidos de seus direitos e deveres, a comunidade será sempre favorecida.
“Com representantes informados e atualizados do como e do que fazer haverá
melhorias para o município e toda a população”. Ainda segundo Breno, a
importância do curso está em dois pontos fundamentais. Um deles é a população
saber quem é quem no processo para saber seu papel. “Aqui cada um vai
enxergando seu papel no modelo institucional”. Outro ponto são os instrumentos
que a lei traz. “È preciso conhecê-los para utilizá-los”, acrescenta.

Há 10 anos participando dos
movimentos ligados ao rio das Velhas, a aposentada Maria Pessoa, que também é
líder comunitária em Altamira/Mutuca, se diz firme na luta e que durante todos
esses anos foram muitas as batalhas, mas já há uma melhora na conscientização
da população. “Os trabalhos realizados em prol do rio das Velhas tem surtido
efeito, as pessoas começam a se conscientizar que o rio é nossa maior riqueza e
que devemos preservá-lo. Se não fossem os trabalhos do Comitê e do Projeto
Manuelzão, estaríamos literalmente na seca, sem água para beber ou cuidar de
nossos animais”, desabafa.

Para ela, são fundamentais esses
esclarecimentos propostos pelos cursos. É o que compartilha também, Laura de
Sena, da Secretaria de meio ambiente de Vespasiano. Segundo ela, hoje cresce a
preocupação com o meio ambiente. “Pessoas esclarecidas e estimuladas vão além e
são mais capazes”, disse ao argumentar que a preocupação existe, mas ainda é
preciso consciência de que rio tem que estar sempre limpo.

“Pela segunda vez participo dos
cursos oferecidos, eles nos impulsionam a querer conhecer mais sobre os recursos
hídricos e como mudar a realidade de nossos rios”, afirma a técnica em meio
ambiente, Miriam Ferreira, que acompanhava as palestras.

“Pretendemos que todos saiam
daqui com uma visão mais crítica, no sentido da contribuição mais efetiva para
aperfeiçoar os trabalhos. A proposta é suscitar discussão, trazer as dúvidas à
tona e saná-las para que todos se empenhem na construção coletiva da realização
dos trabalhos de conscientização e mobilização”, declara o advogado Breno
Lasmar.

Para o professor Apolo Heringer,
o Comitê e seus subcomitês têm que ter características de mobilização e
resistência. “Aqui nasce um movimento social com características de luta para
mudar o Brasil, sua mentalidade e o modo de lidar com o meio ambiente. Um rio
mostra a cara e a mentalidade de uma população. A água revela muitos aspectos
do meio ambiente. Se mudarmos a mentalidade, mudaremos também os rumos da
história. Queremos ver o rio das Velhas vivo”, finaliza.       

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