Internato Rural proporciona vivência em saúde coletiva

02/10/2018

Alunos da faculdade de medicina da UFMG cumprem estágio do curso em cidades do interior de Minas Gerais

Imagem mostra sala de aula cheia de alunos sentados em carteiras, atentos à palestra do professor de medicina e coordenador do Projeto Manuelzão, Marcus Vinícius Polignano, localizado em pé à frente da turma;
Professor Marcus Vinícius Polignano apresentou aos alunos a proposta do Internato Rural

Oferecer às comunidades um modelo de assistência médica fundamentada na prevenção e não apenas na medicalização. Esta é a proposta do Internato em Saúde Coletiva, também chamado de Internato Rural. Na manhã da segunda-feira, dia 24, vinte alunos se reuniram na faculdade de Medicina, campus saúde, para se conhecerem a história do Internato, seus objetivos e particularidades.

A apresentação foi feita pelo professor da faculdade de Medicina e coordenador do Projeto Manuelzão, Marcus Vinícius Polignano, que orientou os alunos quanto à proposta do programa. “Não estamos indo para essas cidades simplesmente para atender pacientes, para intervir no tratamento das doenças e sim para entender a nossa relação com a sociedade. Precisamos no relacionar com pessoas, com processos sociais. Isso é medicina! Medicina não é só esperar adoecer, medicina é intervir para não adoecer”.

A visão ecossistêmica da saúde foi passada aos futuros médicos, que ficarão em onze cidades, sendo dez pertencentes à Bacia do Rio das Velhas, por dois meses. Dentre elas, Jaboticatubas, Lassance, Três Marias e Buenópolis. As comunidades vão receber os acadêmicos e poderão contar com os seus atendimentos focados na prática preventiva da saúde. Para Guilherme Amorim, aluno do 11º período, que vai para Lamim “o internato vai ser de muito aprendizado e as expectativas são as melhores. Sei que o crescimento vai ser tanto profissional quanto pessoal. Pretendo aprender e também aplicar tudo que aprendi nesses cinco anos de faculdade”. Amorim concorda com a premissa da integração entre saúde, meio ambiente e cidadania. “Considero essa associação fundamental porque não dá pra pensar só na pessoa, ou só no ambiente ou só na saúde. Ela precisa ser integrada porque, afinal de contas, a gente não vive num mundo só de uma coisa ou de outra, tudo se relaciona, mesmo sendo difícil porque a população, no geral não tem esse pensamento.”

Terminada a apresentação, cada grupo de alunos seguiu para uma reunião com seu devido coordenador. Os professores Tomas da Matta Machado e Veneza Berenice de Oliveira, presentes na ocasião, também orientaram suas equipes quanto ao trabalho a ser realizado em cada município.

Histórico

O Internato teve seu início na década 1970 com a proposta de estreitar as relações entre a medicina e a sociedade. A ideia era formar profissionais aptos a prestar assistência primária de saúde e ao exercício da medicina comunitária.

Em meados da década de 1980, o Internato reformulou seus objetivos. A experiência mostrou a necessidade de uma visão mais ampla do que o modelo de medicina predominantemente assistencialista praticado.

Uma medicina preventiva e abrangente passaria a ser desenvolvida pelo programa. Baseada na situação social da população e a sua relação com o meio ambiente, foram criadas ações integradas entre o poder público, a academia, a sociedade civil e setor privado. Era preciso educar, era preciso cuidar, era preciso revitalizar, era preciso lutar!

Em 1996, foi criado o Projeto Manuelzão com a proposta de promover qualidade de vida às pessoas e a saúde da natureza. Durante a apresentação, O Manuelzão foi apresentado aos acadêmicos por Polignano, que coordena o Projeto. Ele falou sobre o trabalho desenvolvido ao longo de 40 anos e sua relevância para a sociedade e para a sobrevivência da natureza.

 

Página Inicial

Voltar