Desastre da Vale completa 4 anos e pessoas atingidas seguem em luta pela reparaçãoProjeto Manuelzão

Desastre da Vale completa 4 anos e pessoas atingidas seguem em luta pela reparação

25/01/2023

Diversos atos serão realizados ao longo do dia de hoje, 25, em Brumadinho e em Belo Horizonte

Barragem do Córrego do Feijão após rompimento em Brumadinho / Foto: IBAMA

Na tarde do dia 25 de janeiro de 2019, o rompimento da barragem da Vale no Complexo Minerário do Córrego do Feijão, em Brumadinho, mudou para sempre a vida de milhares de pessoas. As 14 milhões de toneladas de rejeitos tóxicos da barragem calaram a vida de 272 pessoas, causaram diversos impactos ambientais e afetaram o modo de vida de dezenas de comunidades ao longo do Rio Paraopeba, da represa de Três Marias e do Rio São Francisco.

Em lembrança aos quatro anos do desastre-crime, diversos atos acontecem ao longo do dia de hoje em Brumadinho e em Belo Horizonte [veja a programação no site do Institugo Guaicuy, clicando aqui]. “O dia de hoje é de luto, de muita tristeza pela morte de 272 pessoas e também é um dia de luta, também pelas pessoas que tiveram suas vidas afetadas de uma forma diferente todos os dias”, resume a diretora do Instituto Guaicuy e integrante do Manuelzão, Carla Wstane.

A lama tóxica atravessou 25 municípios e levou prejuízos distintos para as pessoas que vivem em cada um deles. As pessoas atingidas enfrentaram a perda de entes queridos, problemas de saúde física e mental, prejuízos econômicos, desestruturamento de núcleos familiares, queda em cadeias produtivas fundamentais e mudanças drásticas no modo de viver e na qualidade de vida.

Luta por reparação

Nas Regiões 4 (Pompéu e Curvelo) e 5 (Represa de Três Marias e comunidades banhadas pelo São Francisco nos municípios de São Gonçalo do Abaeté e Três Marias) – que são assessoradas pelo Instituto Guaicuy – há enormes desafios para garantir a reparação integral.

“As pessoas atingidas, nos quatro anos de desastre-crime em andamento, não puderam experimentar o sentimento de justiça, através da punição dos culpados, da participação nas tomadas de decisão, no acesso à informação nas ações que realmente visem a reparação”, afirma Kléber Castelar, da comunidade de Novilha Brava, no município de Pompéu.

Muitas pessoas e comunidades atingidas ainda lutam pelo direito de serem reconhecidas como atingidas pelo desastre-crime, especialmente na Região 5. Além disso, enfrentam problemas para acessar políticas de reparação, como é o caso do Programa de Transferência de Renda (PTR – Anexo 1.2 do Acordo assinado entre Vale e Poder Público), cujos critérios de comprovação de residência muitas vezes destoam da realidade das pessoas.

O acesso a medidas emergenciais, como água mineral, água para dessedentação animal e ração para os animais, é outro ponto desafiador da luta das pessoas atingidas, mesmo 4 anos depois do desastre-crime. Destaca-se, ainda, a luta das pessoas atingidas das Regiões 4 e 5 para participar efetivamente dos processos de decisão sobre os rumos da reparação. Necessidade expressa na recente construção de um Sistema de Participação da Bacia, que prioriza a participação popular e o protagonismo das pessoas atingidas nos debates sobre a reparação coletiva e individual dos danos causados pelo desastre-crime.

Leia a matéria completa, no site do Instituto Guaicuy, clicando aqui.

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