Desmentindo PBH e promotores da Stock Car, reitora da UFMG é contra corrida ao redor do campus - Projeto ManuelzãoProjeto Manuelzão

Desmentindo PBH e promotores da Stock Car, reitora da UFMG é contra corrida ao redor do campus

28/02/2024

Sandra Goulart ressaltou a série de impactos negativos que a realização da prova da Stock Car no local acarretaria às pesquisas e à rotina da Universidade

A reitora da UFMG, Sandra Goulart, falou com a imprensa nesta terça-feira, 27, sobre a série de impactos negativos que a realização da prova da Stock Car acarretaria à Universidade. Sandra foi enfática ao afirmar que a comunidade universitária “está muito mobilizada contra a realização deste evento naquele espaço”. Desmentindo informações alardeadas pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e pelos organizadores do evento, que afirmavam ter um acordo com a Universidade, a reitora frisou a “falta de diálogo” até então.

Ela explicou que a única proposta de mitigação dos impactos que a organização do evento apresentou à Universidade foi a possibilidade de uma barreira acústica para atenuar os impactos sonoros. Mas a reitora colocou em dúvida a proposta, que a Universidade ainda não analisou nem sabe se vai funcionar.

O ruído gerado pela corrida pode chegar a 110 decibéis, 40 decibéis a mais que o permitido pela legislação municipal no período matutino. O circuito previsto para a prova, além de estar a menos de 100 metros do Hospital Veterinário, também impactaria o Biotério Central da UFMG. Para diversas espécies animais que tem acuidade auditiva muito maior que a dos humanos tal nível de ruído provocaria estresse e até mesmo a morte.

O Biotério supre laboratórios da UFMG e de outras instituições mineiras com ratos e camundongos padronizados por rígido controle sanitário e genético. O estresse causado a esses animais, defendem pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), pode paralisar importantes pesquisas, sobre tratamentos para o mal de Alzheimer por exemplo, por até um ano. O ICB é um dos principais centros de pesquisa da América Latina.

Ao Estado de Minas, a reitora afirmou: “Acho que a gente deveria ter sido consultado muito antes, inclusive quando nós ficamos sabendo, já estava tudo resolvido, quando seria, a partir de quando”.

Ainda segundo Sandra, a UFMG oficiou a Prefeitura de BH para discutir a questão. A Prefeitura de BH, ignorando a posição da UFMG e as muitas discussões ainda em curso, lamentavelmente iniciou o corte de árvores no entorno do Mineirão.

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