06/10/2023
A produção retrata a luta pela sobrevivência do Capão, revelando os desafios ambientais e a força das comunidades ribeirinhas urbanas
Em centros urbanos que se expandem e evoluem rapidamente, muitas vezes esquecemos as histórias escondidas nas margens dos rios que cortam nossas comunidades. O Córrego do Capão, um modesto curso d’água que serpenteia por vários bairros do norte de Belo Horizonte, emerge como o protagonista de um novo documentário imperdível, intitulado Reconciliar. Este média-metragem, financiado pelo Edital BH nas Telas, da Secretaria de Cultura da Prefeitura Belo Horizonte, promete oferecer uma visão comovente e esclarecedora sobre a luta pela preservação deste precioso patrimônio natural.
Reconciliar, dirigido e produzido por André Carvalho, diretor de fotografia e documentarista, transporta o público para as margens do Córrego Capão. A história do córrego é uma de adversidades, marcada por problemas urbanos como poluição, esgoto não tratado e crescimento desordenado.
Esse pedaço de Belo Horizonte enfrenta uma realidade que merece nossa atenção e ação imediata. No entanto, também abriga uma história de esperança, cooperação e amor pela natureza, especialmente entre as comunidades às margens dos rios urbanos.
A estreia de Reconciliar está marcada para 7 de outubro, às 20h, na Escola Municipal Professor Moacyr de Andrade, no bairro Vila Santa Branca, em Belo Horizonte. São esperadas cerca de 250 pessoas, incluindo jovens, professores, arquitetos, historiadores, repórteres, documentaristas, ativistas e membros da comunidade em geral.
O documentário faz um mergulho na vida dessas comunidades e em seus esforços para proteger o Córrego Capão da degradação. Muitos dos participantes do documentário são membros do Núcleo Manuelzão Capão, um braço do Projeto Manuelzão que visa revitalizar a sub-bacia do Córrego Capão. O objetivo é a construção de um parque ciliar, uma demanda política que poderia beneficiar não apenas as comunidades ribeirinhas urbanas, mas também reverberar na qualidade de vida de todos os moradores da cidade.
A colaboração entre André Carvalho e Roseli Correia, professora de História e coordenadora do Núcleo Capão, foi fundamental para tornar esse projeto uma realidade. Com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte, o documentário ganhou vida, dando voz às preocupações das comunidades.
“O filme vem para somar em um trabalho de formiguinha, que dura mais de 10 anos, buscando dar visibilidade a esse córrego para que ele seja visto como um curso d’água que deve ser preservado”, ressalta Roseli que além de coordenar o Núcleo do Capão é um dos rostos do documentário.
“Reconciliar vem no sentido de que as pessoas, a partir de um olhar sensível, percebam que só temos a ganhar com um córrego aberto e natural, não só pela questão de drenagem, mas também pelo lazer, pelo microclima e pela ecologia”, completa a professora.
Carvalho enfatiza que o documentário já está contribuindo para resgatar a beleza das cenas comunitárias, que estão se tornando raras nas cidades modernas. Ele observa que as crianças estão redescobrindo o prazer de brincar ao ar livre, longe dos aparelhos eletrônicos, enquanto aproveitam as áreas verdes e o Córrego Capão.
O documentário Reconciliar não apenas coloca em evidência a luta pelo Córrego Capão, mas também explora as histórias pouco conhecidas da região Norte de Belo Horizonte. Desde as fazendas históricas até as batalhas das comunidades, o filme oferece uma visão abrangente do passado e presente da área.
Este é um evento imperdível para todos os defensores da natureza e aqueles que desejam conhecer as histórias escondidas em suas próprias comunidades. A exibição de estreia de Reconciliar é gratuita e promete ser uma noite emocionante que destaca o poder da cooperação e da esperança na preservação do meio ambiente.