Documentário Reconciliar, um olhar sensível sobre o Córrego Capão na Grande BH - Projeto ManuelzãoProjeto Manuelzão

Documentário Reconciliar, um olhar sensível sobre o Córrego Capão na Grande BH

25/10/2023

Assista na íntegra a produção cinematográfica que valoriza a relação entre os rios urbanos e as comunidades em suas margens

O documentário Reconciliar, agora está disponível no YouTube. O média-metragem, lançado no dia 7 de outubro, registra a luta comunitária  pela preservação do Córrego Capão, escondido na região Norte da Grande Belo Horizonte. Dirigido por André Carvalho, o filme destaca não apenas a história do córrego, mas também a resiliência e união das pessoas que o cercam.

De acordo com o diretor, as movimentações do Núcleo Manuelzão Capão no cuidado do córrego e de suas margens e a realização do documentário resgatam cenas que cada vez mais estão raras. “Hoje, quando o sol vai baixando, as mães trazem algumas cadeiras para o passeio e incentivam seus filhos a brincarem na rua. Eles jogam bola, brincam de queimada e se apropriam um pouco mais do espaço urbano em vez de serem sequestrados pelos aparelhos celulares”, argumenta Carvalho.

Retratando os esforços do Núcleo Capão, o documentário lança luz sobre a importância de preservar não apenas o Capão, mas também a herança natural e cultural da região.

Assista o documentário na íntegra:

Um passado latifundiário

A história do Córrego traz consigo a herança latifundiária da região, que uma vez foi dividida em três fazendas — Olhos d’Água, Capão e Dom Henrique. Esta última, localizada no distrito de Justinópolis, era chamada de Campanhã durante o período do Curral Del Rey e pertencia a Dom Henrique, um português, conforme registros do livro de propriedades rurais compilado pelo escritor e historiador Abílio Barreto.

Posteriormente, a propriedade do Capão foi transferida para João de Deus Gomes, conforme consta nos documentos do cartório de Pedro Leopoldo.

A Fazenda do Capão abrangia, na década de 1850, a área que hoje corresponde a seis bairros movimentados no Norte de Belo Horizonte. As sedes das três fazendas estavam localizadas em Campanhã, na região de Dom Henrique. Não é por acaso que a filha do último proprietário, João de Deus, ainda reside em uma rua chamada Dom Henrique, no antigo bairro Henrique Olhos d’Água.

A Fazenda Olhos d’Água, situada na área que atualmente é conhecida como bairro Céu Azul, é registrada como produtora de aguardente no Museu do Ouro, em Sabará, com registros datados de 1805.

Essas histórias pouco conhecidas da zona Norte de Belo Horizonte estão intimamente ligadas às lutas das comunidades ribeirinhas ao redor do córrego, que cruzava essas três propriedades. Uma luta que tem raízes no passado e que é contada de forma vívida pelo diretor e pelos relatos dos moradores mais antigos da região.

Este filme é um lembrete poderoso sobre a necessidade urgente de proteger e preservar os recursos naturais locais e a memória local. Com um apelo emocional que transcende as fronteiras da cidade, Reconciliar nos convida a repensar nossa relação com o ambiente e a valorizar as pequenas maravilhas escondidas em nossas vizinhanças.

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