Encerramento do projeto Água Limpa Para Todos - Projeto ManuelzãoProjeto Manuelzão

Encerramento do projeto Água Limpa Para Todos

01/10/2019

Despedida teve lanche coletivo, entrega de certificados e atividades com as crianças

No último sábado (28), o Projeto Manuelzão esteve no bairro Água Limpa, parte do município de Itabirito, para o encerramento do Projeto Água Limpa para Todos. O encontro, que aconteceu em frente ao restaurante da Val reuniu moradores, técnicos e estagiários que participaram do projeto.

Na programação brincadeiras com as crianças, entrega de certificados e lanche coletivo. Dentro do restaurante foi exibido o filme “Água Limpa: Um olhar”, produzido em umas das oficinas conduzidas no território.

Água Limpa

A história de Água Limpa, comunidade entre Nova Lima e Itabirito, começa na década de 1950, com a idealização do Balneário Náutico Água Limpa – um planejamento ousado como o da Pampulha, que não foi finalizado – e chega aos dias de hoje como uma ocupação feita por pessoas vindas de diversos lugares, buscando ali, entre as nascentes, um lar.

Água Limpa é uma comunidade rica em águas, como o nome já diz. Localizada no Alto Rio das Velhas, é um território de canga, terra rica em ferro, e potente na absorção das chuvas necessárias à recarga hídrica que abastece nossos mananciais.

Por ser tão rica, é uma terra que está em constantes conflitos com a mineração. Que enfrenta problemas com o grande crescimento populacional e que ainda carece de abastecimento de água e tratamento de esgoto.

As soluções encontradas pelos moradores para esses problemas, que em geral envolvem poços, cisternas e o descarte de as águas em fossas rudimentares, representam risco à saúde, ao meio ambiente e aos cursos d’água. E é nesse ciclo de uso das águas que o Projeto Manuelzão passou a atuar ali, realizando com os moradores um movimento de preservação.

Pensando desde a bacia hidrográfica até cada um dos quintais que visitamos, Água Limpa foi um projeto elaborado para a promoção de saúde, cidadania e conservação de nascentes, e também para o reconhecimento do território, a aproximação com as pessoas, o exercício do olhar, as trocas e a construção de pertencimento.

O projeto

Criado pelo Projeto Manuelzão em parceria com o Instituto Guaicuy, o projeto Água Limpa para Todos teve seu inicio em janeiro de 2018 e se encerrou em setembro de 2019. Durante esse período, a equipe transdisciplinar, formada por profissionais, estagiários e técnicos, desenvolveu diversas atividades em prol da conservação das dezenas de nascentes do bairro Água Limpa, por meio de ações de educação ambiental aplicadas à comunidade.

Foi olhando do macro para o micro, construindo relações de confiança e valorizando o trabalho de conservação que já acontecia, que conhecemos nessa comunidade parceiros na educação ambiental e na proteção das nascentes que brotam no território.

Em Água Limpa, o papel do Manuelzão foi de mediador, entre pessoas e território, entre moradores e seus vizinhos, entre a comunidade e os saberes coletivos. O que ali realizamos foi fruto de um trabalho coletivo com os cuidadores de nascentes, os cuidadores de hortas, educadores de crianças e aqueles dispostos a fazerem o papel de mobilizadores.

Com o apoio de moradores e a partir do desejo deles, foram possíveis diversas atividades, como as oficias de nascentes, cinema e hortas, o curso de saneamento, a caracterização de nascentes, os atendimentos médicos, as rodas de conversa sobre a saúde, os momentos de lazer e muito mais.

O encerramento

A equipe do Projeto Manuelzão chega ao final desse processo com a expectativa de ter tocado algumas pessoas e ter iniciado verdadeiras transformações que, como pequenas gotas que se infiltram pingo a pingo no solo, possam inundar as ideias e ações dos habitantes de Água Limpa.

Sabemos que ainda há muito a ser feito, mas confiamos na integração da comunidade e nos agentes ambientais que formamos nesse processo, para que o território possa florescer mesmo na ausência de mediadores.

Acreditamos que deixamos pessoas mais preparadas para pensarem que território querem, que não apenas aceitam as alternativas propostas, mas que buscam formas de multiplica-las entre si.

 

 

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