Está lançada a Revista Manuelzão 93! - Projeto ManuelzãoProjeto Manuelzão

Está lançada a Revista Manuelzão 93!

28/06/2023

Com o tema “Resistência popular à expropriação dos territórios”, a segunda edição do ano reúne reportagens, artigos, análises e muito mais

O número 93 da Revista Manuelzão acaba de ser publicado! A segunda edição de 2023 é mais uma a comemorar os 25 anos de história do Projeto em defesa da saúde dos territórios. Nela, refletimos sobre os dilemas, as dificuldades e as vitórias recentes na luta pelo verde e pelas águas nas cidades e tratamos de alguns dos principais assuntos relacionados ao meio ambiente e à autonomia das comunidades nas bacias hidrográficas do Rio das Velhas e do Rio Paraopeba, na Região Metropolitana de Belo Horizonte e em outras partes das Minas Gerais.

Abrimos a edição com uma reportagem de Ferdinando Silva sobre o impasse entre a preservação integral da Serra do Curral e a possibilidade de um novo complexo minerário na área. Partindo de um exame retrospectivo dos esforços pelo tombamento estadual da Serra, conversamos com atores importantes no atual cenário de indefinição para tentar compreender porque a proteção patrimonial que parecia próxima ficou distante e como e quando ele virá.

Em Ouro Preto, antiga Vila Rica, nascem dois dos principais rios de Minas Gerais: o Velhas e o Doce. Nesse local de águas abundantes e um dos sistemas de água e esgoto mais antigos do Brasil, a privatização do serviço de saneamento foi seguida por uma crise sem precedentes na cidade. Essa história é contada em detalhes pelo jornalista Paulo Barcala, em diálogo com pesquisadores, lideranças locais e legisladores municipais e estaduais.

Temos a honra de contar com um artigo de Roberto Andrés nesta edição, arquiteto e urbanista, professor da UFMG, colaborador da revista piauí e autor do livro recém-lançado A razão dos centavos: crise urbana, vida democrática e as revoltas de 2013. O texto de Andrés condensa o amargor deixado pela aprovação do Projeto de Lei 508, que alterou mecanismos cruciais do Plano Diretor de Belo Horizonte para agraciar o setor imobiliário com milhões de reais em descontos.

Ilustração de Ana Vieira utilizando a planta original de BH para o artigo “A cidade das construtoras”, de Roberto Andrés.

O assunto principal da edição é a estarrecedora contaminação do Rio das Velhas pela lama de uma barragem da Companhia Siderúrgica Nacional, a CSN, em Rio Acima. O vazamento do sedimento avermelhado e brilhante que por vários dias se diluiu ao Velhas causou mortandade de peixes de em Honório Bicalho, distrito de Nova Lima, e o transformou em um rio de lama na região, pouco acima de Bela Fama, estação de tratamento de água da Copasa que abastece 70% da população de Belo Horizonte. O engenheiro e membro do Fórum Permanente São Francisco, Euler Cruz, escreveu sobre o assunto a partir de um relatório elaborado para a organização.

Doutora em Arquitetura e Urbanismo pela UFMG, Júnia Borges contribui com um artigo elaborado a partir de sua tese “O potencial da informação geográfica voluntária como suporte à democracia no planejamento e gestão territorial”. Júnia apresenta em detalhes um dos mais de dez estudos de caso que desenvolveu, para investigar como as informações publicadas através da internet podem instruir a atuação dos representantes legislativos ou executivos e alargar os processos participativos.

Já a jornalista Laura de Las Casas apresenta o dossiê produzido pelo Coletivo Margarida Alves sobre o acesso à internet e o exercício de direitos por povos e comunidades tradicionais de Minas Gerais. Para a elaboração do estudo, o coletivo mapeou informações em territórios tradicionais localizados em regiões do Jequitinhonha, Norte de Minas e Central Mineira. Mais de 400 pessoas foram entrevistadas durante o estudo, entre quilombolas, geraizeiros, ribeirinhos e comunidades rurais.

Trazemos também a cobertura do Encontro de Núcleos Manuelzão, realizado em março deste ano na Faculdade de Medicina da UFMG. Esse frutífero espaço de partilha possibilitou a construção de um mapa dos enfrentamentos nas sub-bacias dos ribeirões do Onça e Arrudas, na região metropolitana da capital. Não menos importante, celebramos a ampliação do Parque Municipal do Bairro Trevo, na Pampulha, fruto de anos de luta da comunidade junto ao Núcleo Manuelzão Olhos d’Água.

Morro da Garça, a pirâmide do sertão na bacia do Velhas, em ilustração de Ana Vieira.

Por fim, saudamos a experiência positiva de educação ambiental conduzida ao longo da bacia do Velhas em uma parceria do Projeto Manuelzão com o Programa de Recuperação e Proteção de Mananciais, o Pró-Mananciais, da Copasa.

Confira a versão digital clicando aqui. Informações sobre os pontos de distribuição dos exemplares físicos serão divulgadas nas redes sociais do Projeto. Educadores, mobilizadores sociais e demais interessados podem solicitar mais informações pelo e-mail comunicacao.pmanuelzao@gmail.com

Boa leitura!

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