Está no ar a Revista Manuelzão 95, "Rumo à Revitalização"Projeto Manuelzão

Está no ar a Revista Manuelzão 95, “Rumo à Revitalização”

25/06/2025

Edição apresenta a Meta 2034 para a renaturalização do Rio das Velhas e seus afluentes e reflete sobre águas, pessoas e territórios da bacia

Publicação produzida pela comunicação do Projeto Manuelzão está de volta, em formato digital e físico.

O Projeto Manuelzão lançou nesta quarta-feira, 25, mais uma edição da Revista Manuelzão, publicação produzida pela equipe de comunicação do projeto nas versões digital e impressa, com distribuição gratuita. O número 95 da revista, intitulado “Rumo à Revitalização”, apresenta a Meta 2034 para a renaturalização da bacia do Rio das Velhas e reúne reportagens, artigos e análises sobre a gestão das águas e a política ambiental na Grande Belo Horizonte, em Minas e no Brasil.

O professor da Faculdade de Medicina da UFMG e idealizador do Projeto Manuelzão, Apolo Heringer Lisboa, escreve o artigo sobre a Meta 2034. A base da proposta é a despoluição do Epicentro da degradação, como é identificado no escopo da Meta o trecho metropolitano da bacia. O Epicentro é delimitado entre a foz do Rio Itabirito, que encontra o Velhas no município de mesmo nome, e a foz Ribeirão da Mata, que se junta ao Velhas em Santa Luzia. Em termos aproximados, nesta área de 12% do território da bacia estão 85% da população, 85% da poluição e 85% do PIB. “Resolvendo o problema aí”, exorta Lisboa, “impactaremos positivamente toda a calha do Velhas e de seus afluentes, permitindo a volta universal do peixe”.

A partir da apresentação da Meta, discutimos a relação entre cidades e águas urbanas abordando o desenho de políticas públicas, iniciativas da sociedade civil e exemplos bem-sucedidos de gestão e governança. Destacamos os esforços dos Núcleos Manuelzão e de movimentos socioambientalistas na Grande BH em prol de áreas verdes e das bacias dos ribeirões Arrudas e Onça, além da volta na capital do Drenurbs, programa orientado pela recuperação de córregos em leito natural e o tratamento de fundos de vale para evitar inundações. Um relato sobre o convívio entre o Rio Bow e a cidade de Calgary, no Canadá, atesta como é possível incorporar os cursos d’água à paisagem e valorizá-los enquanto elementos naturais indispensáveis à qualidade de vida em meio urbano.

Esboçamos novamente um panorama de conflitos entre empreendimentos minerários e comunidades em Minas Gerais. De forma unânime, essas serras, chapadas e florestas em disputa não só abrigam jazidas mas são também reservas da biodiversidade do Cerrado e da Mata Atlântica e áreas produtoras de água para as bacias do Velhas, Paraopeba, Doce, Jequitinhonha, entre outras. Na bacia do Velhas, narramos o início das atividades e o posterior embargo de uma mineradora a 90 metros da comunidade tricentenária de Botafogo, em Ouro Preto. Também conversamos com pesquisadores sobre a Estação Ecológica de Arêdes, em Itabirito, unidade que conserva remanescentes das cangas ferruginosas e um trecho relevante do Aquífero Cauê. Juntas, essas camadas compõem uma formação hidrogeológica única, característica da região mais populosa do estado.

Na região da Serra da Canastra, Oeste de Minas, saudamos a mobilização pela criação da Área de Preservação Permanente (APA) Serras e Águas de Piumhi. A definição da unidade de conservação municipal é ponto fora da curva na tendência de ausência de criação de áreas protegidas, somada ainda à pressão por atividades econômicas naquelas já constituídas. A nível estadual, por exemplo, o atual governo ainda não criou unidades de conservação após quase sete anos de mandato.

Em artigo adaptado da conferência proferida no seminário “Saúde, Ambiente e Trabalho na Mineração”, o professor Daniel Neri, do Instituto Federal de Minas Gerais, pesquisador de conflitos socioambientais oriundos da atividade minerária, analisa a lógica extrativista que caracteriza o setor e possibilidades de resistência ao funcionamento de suas engrenagens.

Contamos como foi a primeira fase do projeto Empoderamento Jurídico, desenvolvido pelo Núcleo de Direito Ambiental do Projeto Manuelzão em parceria com o Movimento pela Soberania Popular na Mineração, o MAM, que ofereceu assistência e assessoria jurídica a comunidades espalhadas por 28 cidades em Minas. Outra iniciativa destacada é o projeto Valorização do Patrimônio Histórico e Natural de Miguel Burnier e Engenheiro Corrêa, conduzido pelo Instituto Guaicuy, ONG de apoio às atividades do Manuelzão, nos distritos de Ouro Preto. Mais uma vez, acompanhamos as andanças do Programa de Educação Ambiental do Pró-Mananciais, desenvolvido pela equipe de educação ambiental do Manuelzão em colaboração com a Copasa em 40 escolas ao longo da bacia do Velhas.

Isso e mais está na Revista Manuelzão 95. Boa leitura!

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