30/10/2019
Mais de 12% dos municípios de Minas sofrem com a escassez hídrica
Belo Horizonte não é a única cidade que sofre com o risco de racionamento a partir de março de 2020. Mais de 12% dos municípios mineiros podem ficar sem água caso a escassez de recursos hídricos não seja enfrentada.
O governo do estado só admitiu a gravidade da situação na segunda quinzena de outubro, mas a capacidade do rio das Velhas está minguando desde muito antes, ao que se adiciona a sobrecarga imposta pela captação de água para abastecimento de Belo Horizonte e da região metropolitana.
O colapso imediato do sistema foi evitado com uma negociação entre o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH-Velhas), a Copasa e a mineradora AngloGold Ashanti, como esclarece a matéria do jornal Estado de Minas.
“Foi solicitado à mineradora a liberação de 3 metros cúbicos por segundo (m3/s) do sistema de lagos que é usado para geração de energia da empresa em Capitão do Mato, Codornas e Rio de Peixe. Isso garante um terço a mais de água no Velhas.
“Não fosse isso, BH entraria em colapso de abastecimento”, alerta o presidente do CBH Rio das Velhas e coordenador do Projeto Manuelzão, Marcos Vinícius Polignano”.
O risco causado pelas mineradoras
Em entrevista ao jornal Estado de Minas, a secretária-adjunta de estado de Planejamento e Gestão, Luíza Barreto afirmou que “o risco foi ocasionado porque houve o rompimento em Brumadinho, o que impede a captação de água no Rio Paraopeba”.
Ainda de acordo com a reportagem, que pode ser lida aqui, “a obra de captação, inaugurada no fim de 2015, custou R$ 128,4 milhões aos cofres públicos e era a promessa de solução, durante 20 anos, diante da crise hídrica que afetou a Grande BH em 2015. Com a intervenção, a Copasa poderia usar a água captada diretamente no rio nos períodos chuvosos e, assim, poupar os reservatórios do Sistema Paraopeba”.
Foto: Bianca Aun