Estudo aponta presença de metais pesados no Rio ParaopebaProjeto Manuelzão

Estudo aponta presença de metais pesados no Rio Paraopeba

24/03/2022

Laudo revelou níveis acima do permitido de ferro, manganês, alumínio e outros metais, o que pode estar relacionado ao rompimento da barragem de Brumadinho

A Prefeitura de Brumadinho, em parceria com as prefeituras de Mário Campos, São Joaquim de Bicas e Juatuba,  encaminhou ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) um laudo preliminar com os resultados da análise da água e da lama do Rio Paraopeba. O resultado foi apresentado à imprensa nesta segunda (21).

O relatório traz uma análise inicial das amostras de solo e água, coletadas nas áreas que sofreram com as inundações pelas chuvas do início de 2022. Foi analisada, também, uma possível correlação com o rompimento ocorrido em 2019, da barragem da Vale do Córrego do Feijão, em Brumadinho.

O estudo

Para a elaboração do estudo, foram coletadas amostras de água, solos e sedimentos entre os dias 17 e 19 de janeiro, em nove pontos ao longo da bacia do Paraopeba. Os materiais foram analisados por um laboratório especializado contratado pelas prefeituras das áreas atingidas.

O resultado do laudo detectou a presença de 0,66 miligramas de manganês por litro de água, ou seja, 6,6 vezes acima do nível aceitável. Já o ferro foi encontrado em proporções de 1,04 miligramas por litro, um número 3,46 vezes maior do que o que é tolerado.

O documento ainda apontou que moradores de Brumadinho e Mário Campos que tiveram contato com a água vinda da enchente do Rio Paraopeba apresentaram feridas e caroços pelo corpo. Além disso, a população também relatou que, após tentar realizar a limpeza dos locais inundados, apresentaram sintomas como diarreia, dores no corpo, febre e dor de cabeça.

Rompimento da barragem B1 em Brumadinho, em 2019. Foto: Corpo de Bombeiros de Minas Gerais

Segundo Cristiano SIlva, coordenador de análises e perícias da Prefeitura de Brumadinho, afirmou para o portal R7 o resultado se deu “devido à alteração na calha do rio Paraopeba que resultou na inundação e consequente contaminação pelos materiais indicados, que tudo indica ter como origem o rejeito proveniente do rompimento da barragem”.

Já para o secretário de Saúde de Brumadinho, Eduardo Callegari, conforme relatou ao portal R7, “estes níveis podem causar intoxicações agudas, doenças renais e até hepáticas. Também podem agravar doenças do paciente, como diabetes e hipertensão”.

Chuvas no Paraopeba

Com as fortes chuvas ocorridas em janeiro de 2022, o Rio Paraopeba chegou a subir quase sete metros em alguns pontos, levando para residências próximas às margens parte do volume de rejeitos sedimentados da barragem rompida em Brumadinho. O relatório trouxe ainda afirmação da população atingida pelo crime da barragem do Córrego do Feijão, declarando que os rejeitos tornaram o rio mais estreito e menos profundo, o que contribuiu para a rápida disseminação de lama tóxica durante as enchentes.

Com informações do Portal R7.

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