06/05/2022
Termo de Compromisso assinado com a Copasa foi feito para um projeto apresentado pela mineradora em abril de 2018
No contexto do novo empreendimento que se pretende implantar no cartão-postal de Belo Horizonte, um desvio técnico de alta gravidade foi flagrado. A documentação enviada pela Tamisa aos órgãos de licenciamento ambiental não apresentou estudo hídrico atualizado. Mesmo assim, o processo de licenciamento foi deferido pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) no último dia 30.
Os documentos utilizados pela mineradora se referem a um estudo feito para um projeto anterior, com outras características, da própria Tamisa. As informações são da coluna de Lucas Ragazzi, da Rádio Itatiaia.
Sabe-se que o novo projeto de exploração pode ter impactos arrasadores para o patrimônio hídrico da Serra do Curral e, por consequência, para o abastecimento de água da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Estima-se que o acesso à água de cerca de 40% da população da região pode ser afetado.
A Companhia de Saneamento e Abastecimento de Minas Gerais (Copasa) informou que o Termo de Compromisso assinado em 19 de novembro de 2018 ainda é válido, apesar de ter sido elaborado para outro empreendimento.
Segundo a companhia, a “documentação utilizada é referente a um estudo para um projeto anterior, com características diferentes, mas sem prejuízo ao abastecimento de água”.
A assessoria da Copasa ainda informou que todos os documentos submetidos pela mineradora foram examinados, sendo de responsabilidade da estatal definir parâmetros e orientações – que, segundo a empresa, foram acatados pela mineradora – para garantir o abastecimento de água e o acesso ao saneamento.