Gandarela: A premissa básica é dialogar

08/04/2010

Desde o primeiro momento alertamos que não há como discutir um projeto de mineração – Mina Apolo da Vale – sem discutir o bioma do Gandarela.

Mineração ameaça patrimônio ambiental
Mineração ameaça patrimônio ambiental

É direito legítimo da sociedade se manifestar sobre o Ganderela, uma vez que esse bioma pertence à Mata Atlântica e é patrimônio da natureza fundamental para a vida de amplo ecossistema. O minério não é a única nem a principal riqueza do Gandarela, uma vez que a biodiversidade e os mananciais de água são de valor incalculável para as bacias do Rio das Velhas e Piracicaba. Existem ali aqüíferos importantes que tem que ser preservados na plenitude e complexidade do seu funcionamento.

O Gandarela representa um bioma estratégico, numa área altamente impactada e explorada do quadrilátero ferrífero e da Área de Proteção Ambiental Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte (APA Sul). Representa uma área de corredor ecológico e tem inquestionável riqueza hídrica, paleontológica, arqueológica e também de flora e fauna. Se não fosse assim, ela não estaria figurada em área de preservação permanente de acordo com a legislação ambiental; como de alta relevância no zoneamento ecológico econômico (ZEE); assim como região prioritária no documento do Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais.

O projeto da Mina Apolo é um exemplo de que não se pode separar gestão ambiental da gestão das águas. Não há como realizar avaliações de impactos ambientais separadamente. Um projeto dessa dimensão não pode ser aprovado de forma fracionada, tem que ser avaliado na sua totalidade.

Há previsão de impacto gigantesco na área, como a perda de flora e do campo sobre canga, formação geológica que compõe um sistema natural de drenagem e filtragem de água, conforme descrito no próprio estudo de impacto ambiental contratado pela Vale. Perdas não são reparáveis, são para sempre, são amputações. Danos podem ser minimizados.

É importante colocar que a sociedade avançou no seu processo de avaliação socioambiental, até porque a crise planetária está posta. Houve um tempo em que a sociedade só era comunicada sobre a implantação do empreendimento e simplesmente tinha que aceita-lo com os seus pontos positivos e negativos sem discussão. Isso mudou.

Acreditamos que o diálogo franco e propositvo é o caminho posto pela sociedade democrática para que as posições e conceitos possam ser colocados de forma aberta. A premissa básica é dialogar até a exaustão para não exaurir a natureza.

Convidamos todos a participarem da preservação da Serra do Gandarela. Não deixe de comparecer nas próximas audiências públicas do Projeto Mina Apolo, marcadas para os dias 8/4 em Nova Lima, 13/4 em Rio Acima e 15/4 em Santa Bárbara.

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