Gestão é a principal causadora da atual crise das águas, afirmam especialistas reunidos em Workshop na UFMG

17/11/2014

O coordenador geral do Projeto Manuelzão, Marcus Vinícius Polignano, foi um dos palestrantes e abordou a crise na gestão das águas nas bacias dos rios das Velhas e São Francisco.

Os graves problemas da crise da água e suas consequências
para o mundo se tornaram tema de um workshop internacional realizado na UFMG,
nos dias 17 e 18 de novembro.

O evento reuniu especialistas da América do
Norte, Latina e estudiosos em gestão de recursos hídricos do Brasil. “Nosso objetivo
foi reunir especialistas de diferentes áreas do conhecimento para apresentar
suas visões sobre os recursos hídricos e sua absoluta importância para o
desenvolvimento nacional, considerando aspectos como qualidade e quantidade,
abastecimento e saúde pública, indústria, mineração, reuso, agricultura e conservação
da biodiversidade com vistas a oferecer subsídios e diretrizes para a melhor gestão
desse recurso essencial”, afirmou o professor Ricardo Motta, coordenador geral
do evento, que também contou com a coordenação internacional do Sea Grant
Programe da University  of Flórida, através
do professor Karl Havens.

O coordenador geral do Projeto
Manuelzão, Marcus Vinícius Polignano, foi um dos palestrantes. Ele abordou a crise
e a relevância sobre a gestão dos recursos hídricos, onde expôs a crise na
bacia dos rios São Francisco e Velhas. Para ele, há necessidade de se rever a
governança das águas que atualmente vem sendo feita pelo uso irracional dos
recursos naturais.

“Nossa política atual é de exaurir esse recurso. Hoje as
pessoas estão consumindo, consumindo, até o momento em que não há mais o que consumir.
Nesse contexto, pensam em fazer governança. Isso é um absurdo, os sinais dados
pelo meio ambiente são claros, o que faltou foi exatamente governança e essa é
uma discussão que diz do presente e do futuro porque se persistir esse modelo,
ele não se sustenta, não se mantém e não se viabiliza”, ressaltou.  

O professor Karl Havens, também
compactua desta afirmação e defendeu a necessidade de mudanças na governança
mundial nos recursos hídricos. “O momento é de chamar a atenção dos países do
mundo a elaborar idéias e estratégias na gestão das águas”, disse.

Durante o workshop, será
lançado o livro “The Warter Crisis”, fruto de uma parceria entre o Sea Grant
Programe-University of Flórida e o Laboratório de Gestão Ambiental de
Reservatórios da UFMG – LGAR.

A engenheira sanitária e ambiental,
Érica Santos, participou do evento. Para ela, uma oportunidade de discutir com
especialistas o grave problema da crise de água. “Conhecendo o problema e
levantando as possibilidades de mudança, poderemos repensar a gestão dos nossos
recursos hídricos. Esse problema é grave e atinge a todos, por isso é preciso
pensar alternativas e nada melhor que discutir com especialistas essas questões”,
disse.

Para os palestrantes, os
sinais de uma crise generalizada nos recursos hídricos estão por toda parte. “Temos
que adotar medidas e cobrar soluções para que a humanidade não sofra os piores
efeitos de uma grande crise mundial das águas que se aproximam”, alertaram.

 

Ouça matéria sobre o evento veiculada na Rádio UFMG
Universitária

 

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