15/07/2020
O departamento coordenado por Lubia Vinhas publicou estudo que registra 1.034,4 km² de áreas sob alerta de desmatamento em junho
Em contexto de recordes nas taxas de alerta de desmatamento na Amazônia, governo exonera a coordenadora-geral de Observação da Terra do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Lubia Vinhas, nesta segunda-feira (13). A exoneração da pesquisadora que coordenava o departamento responsável por acompanhar o desmatamento na Amazônia foi publicada no Diário Oficial, assinada pelo ministro da Ciência e Tecnologia Marcos Pontes. Três dias antes da exoneração, o departamento comandado por Vinhas divulgou estudo que registra 1.034,4 km² de áreas sob alerta de desmatamento em junho, recorde para o mês em toda a série histórica (iniciada em 2015).
Nos primeiros seis meses de 2020, os alertas do sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) indicam devastação em 3.069,57 km² da Amazônia, o que representa aumento de 25% em comparação ao mesmo período do ano passado. Os dados não representam a taxa oficial de desmatamento, que é medida por outro sistema e divulgada uma vez ao ano, mas servem como indicação às equipes de fiscalização de locais onde pode haver crime ambiental.
Em nota, o Inpe informou que Lubia Vinhas será remanejada para o cargo de “Chefe da Divisão de Projeto Estratégico, que tratará implementação da nova Base de Informações Georreferenciadas (“BIG”) do INPE, uma demanda do Ministro Pontes”.
Em agosto do ano passado, o governo também reagiu à divulgação de dados que mostravam desmatamento histórico no país com a exoneração do então diretor do Inpe, Ricardo Galvão. Na época, o presidente Jair Bolsonaro acusou o Instituto de mentir sobre dados de desmatamento e agir “a serviço de uma ONG”.