Irresponsabilidade

03/01/2012

Construção irregular e crimes ambientais podem ter contribuído para desmoronamento no bairro Caiçara

Na última segunda, dia 2, o desabamento na Rua Passa Quatro, no bairro Caiçara, provocou a morte do corretor de imóveis Janilson Aparecido de Moraes e ferimentos em sua esposa, Marisa de Moraes. A Defesa Civil isolou todo o entorno do local, interditando residências que sofreram abalo em suas estruturas. O desmoronamento ocorreu durante a chuva, mas o prédio apresentava histórico de problemas estruturais e já tinha sido vistoriado três vezes em 2011.

A estrutura do prédio e a chuva forte, entretanto, não foram as únicas causas do acidente. O solo da região já era instável devido à devastação da vegetação local. O responsável por um terreno localizado na Rua Rodeio, atrás do antigo edifício, Jader Costa Silva, acumula em torno de 25 mil reais em multas por supressão de árvores, queima de lixo e movimentação de terras sem a autorização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Jader foi convocado à duas audiências na Secretaria para prestar esclarecimentos sobre desmatamentos e construções irregulares no local, mas não compareceu. Depois das infrações comprovadas, a Secretaria Municipal de Obras embargou a construção. Mesmo com embargos, multas e interdição, o responsável não foi realmente impedido de continuar com a execução da obra, o que pode ter acelerado o desabamento do prédio.

Quem avisa…

O terreno de Jader está localizado em uma área de Preservação Ambiental e as construções irregulares soterraram as nascentes do Córrego Cascatinha, um dos afluentes do Engenho Nogueira, que deságua no Ribeirão do Onça. O desmatamento ilegal também é um problema: o terreno, que possui 3,3 mil metros quadrados, teve cerca de 80% da área desmatada ou queimada.

Em setembro de 2011, o Projeto Manuelzão, em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, promoveu uma manifestação simbólica em prol da recuperação e preservação das nascentes do Córrego. No encontro foram recolhidas assinaturas em prol da recuperação das nascentes da área e pela criação de um parque na região. O objetivo do evento, que contou com integrantes dos Núcleos Manuelzão, alunos de escolas da região, moradores do bairro e autoridades da manifestação foi reivindicar não só a preservação das nascentes do Cascatinha, mas também de todos os nossos córregos e rios. Fonte: Estado de Minas e Projeto Manuelzão

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