26/01/2016
Sem controle, lama da Samarco pode chegar ao Caribe, afirma secretário durante evento com a comunidade científica no Rio de Janeiro.
Segundo o secretário de Políticas
e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia
e Inovação, Jailson Bittencourt de Andrade, a lama tóxica que vazou após
rompimento da barragem de mineração em Mariana (MG), em novembro, pode chegar
ao Caribe.
“Que não me escutem, mas acho que
chegará [lama] no Caribe, pois se olharmos a termossalina [circulação oceânica
gerada pela diferença de densidade das águas], ela se aproxima da costa
brasileira, especialmente entre Porto Seguro e Ilhéus. E a termossalina sobe em
uma direção, na superfície, mas volta para outra direção, que não é na
superfície. Isso vai circular bastante. A questão é se haverá impacto ou não, e
que impacto terá”, disse.
No início do mês, o Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis anunciou que a
mancha no oceano, que chegou à região sul da Bahia, e já atingiu o Parque
Nacional Marinho dos Abrolhos, local com maior biodiversidade de corais do
Atlântico, poderia ser oriunda da barragem de Mariana.
A empresa Samarco, alegou que não
há qualquer comprovação técnica de que o material observado na região de
Abrolhos seja proveniente do acidente na Barragem de Fundão.
A tragédia
O colapso da barragem de Fundão,
no dia 5 de novembro, em Mariana, causou a morte de 17 pessoas, devastou
municípios, prejudicou o abastecimento de água em dezenas de cidades, destruiu
fauna flora do Rio Doce e continua causando estragos no oceano.