Llixões: ainda falta muito para resolver esse problema no Brasil

31/07/2014

Para especialistas, do ponto de vista ambiental, tanto os lixões quanto os aterros controlados causam os mesmos impactos negativos; ambos não contemplam as medidas mínimas de proteção ambiental.

Mais da metade dos municípios brasileiros não impõe a
destinação adequada ao lixo. Assim, cerca de 75 mil toneladas de resíduos
sólidos urbanos (RSU) são encaminhadas para lixões ou aterros controlados todo
dia.

De acordo com especialistas, isso se deve a uma cultura
extremamente arraigada de ‘jogar o lixo nas costas das cidades’, ou seja, de
não ter gastos com a destinação dos resíduos urbanos.

O Nordeste possui 57% dos lixões, sendo que o Estado da
Bahia apresenta o maior número de municípios (360), seguido pelo Piauí (218).
Já a região Sudeste concentra 60% dos aterros controlados. Para  especialistas, a grande quantidade de lixões e
aterros controlados se deve à permissividade que se teve até hoje com as
unidades de disposição inadequada.

“A sociedade agora tem tentado se mobilizar e cumprir o
seu papel, e precisa exigir dos administradores públicos sistemas adequados
para destinação dos resíduos”, afirmam.


 

Impactos

A conscientização é necessária, já que lixões têm grande impacto ambiental.
Como não possuem preparação anterior do solo, o chorume, líquido originado pela
decomposição dos resíduos, não é tratado e pode acarretar sérias consequências
ao meio ambiente. Os aterros controlados, por mais que sejam cobertos com
camadas sucessivas de terra, também não possuem procedimentos de
impermeabilização do solo, ou seja, também causam problemas ambientais.

Para ambientalistas e estudiosos do assunto, do ponto de
vista ambiental, tanto os lixões quanto os aterros controlados causam os mesmos
impactos negativos. Ambos não contemplam as medidas mínimas de proteção
ambiental, tais como impermeabilização do solo, captação dos gases, drenagem e
tratamento dos líquidos. Como consequência, causam a poluição do solo, muitas
vezes permeando para o lençol freático e poluindo também as águas subterrâneas
e superficiais, esclarecem.

Ainda segundo eles, os lixões precisam entrar na mira dos
gestores, por tudo que acarretam em relação aos impactos ambientais e de saúde.
“Os lixões se colocam como um dos principais problemas a serem enfrentados na
questão do saneamento ambiental. O caminho é a conscientização dos gestores
locais e o forte investimento na construção de aterros sanitários, que é a
forma adequada de destinação dos resíduos sólidos”, enfatizam.

Desafios

Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Empresas de
Limpeza (Abrelpe), a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos
esbarra numa série de dificuldades no Brasil. A coleta seletiva, um dos pilares
na gestão do lixo, não é plenamente difundida no país: 40,2% dos municípios não
têm iniciativas desse tipo. Levantamento da Confederação Nacional de Municípios
(CNM) constatou que 46,5% dos municípios pesquisados de até
100.000 habitantes não têm plano de gestão integrada de resíduos sólidos.

Para o coordenador do Projeto Manuelzão, Marcus Vinicius Polignano, a questão vai além e é preciso pensar seriamente as questões que envolvem essa situação. “È fundamental que se faça mais usinas de reciclagem e compostagem e que se mude a política dos aterros”, reforça. 

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