Manuelzão e parceiros se reúnem em torno da proteção dos olhos d’água em áreas industriais de Contagem

08/09/2015

A meta é identificar e preservar as nascentes do maior polo industrial do Estado, que formam a sub-bacia do Córrego Sarandi, o maior poluidor da Lagoa da Pampulha, conforme o Atlas da Qualidade da Águas da UFMG.

Dar visibilidade às nascentes urbanas é o desafio
do programa de proteção e revitalização das nascentes em áreas industriais,
lançado em Contagem pela Fiemg, Centro Industrial e Empresarial de Minas Gerais
(Ciemg), Comitê da Bacia do Rio das Velhas, Projeto Manuelzão da Faculdade de
Medicina da UFMG, Copasa e organizações não-governamentais.

A meta é identificar e preservar as nascentes do
maior polo industrial do Estado, que formam a sub-bacia do Córrego Sarandi, o
maior poluidor da Lagoa da Pampulha, conforme o Atlas da Qualidade da Água,
elaborado pelo Laboratório de Gestão Ambiental de Reservatórios da UFMG.

Cenário

No “horto” do bairro Cinco, na cidade da Grande BH,
tomado por leucena e eucalipto (espécies exóticas), a água brota por tubulões
de concreto, junto com esgoto e lixo. Mas esse cenário desolador pode mudar com
a criação do Parque Linear das Nascentes do Sarandi.

“O parque é viável e representará uma mudança de
paradigma: o parque industrial de Contagem trabalhar pela preservação do berço
do Sarandi”, destacou o presidente do Comitê da Bacia do Rio das Velhas, Marcos
Polignano.

“Queremos somar esforços para mostrar à sociedade
que as indústrias não estão inertes. Temos de mudar a lógica de consumidor de
água para produtor de água nas cidades”, acrescenta.

Ele pediu um pacto pela preservação das nascentes
de BH e Contagem, a ser celebrado pelas duas prefeituras, para identificar,
proteger e recuperar as nascentes urbanas, nos moldes do firmado com os
prefeitos do Alto Rio das Velhas.

O analista da Gerência de Meio Ambiente da Fiemg,
Deivid Oliveira explica que o programa não tem fonte de financiamento. Será
trabalho socioambiental voluntário dos empresários em prol do ambiente.

“Técnicos da Fiemg vão fazer o diagnóstico
(identificar e cadastrar as nascentes) e as empresas darão a contrapartida da
recuperação dessas áreas de proteção permanente (APPs). Fica caro, mas a ideia
da Fiemg é expandir o programa para as demais bacias hidrográficas do Estado”,
explicou.

Deivid Oliveira afirmou que a maior causa da
poluição da água é a falta de tratamento de esgotos. “O saneamento básico
existe só para metade da população. A indústria não opera de forma irregular,
não lança dejetos, porque é fiscalizada e multada”.

Presidente da ONG Conviverde e conselheira do
comitê de bacia do Velhas, Cecília Andrade disse que as nascentes estão debaixo
de prédios e em quintais. “Nossos córregos estão todos poluídos. Como cuidar e
proteger as áreas de recarga hídrica? Lançar a água nos cursos poluídos não
adiantará nada”.

Matéria
veiculada pelo jornal: Hoje em dia – Repórter: Ricardo Rodrigues

08/09/2015
07:12 – Atualizado em 08/09/2015 07:12

 

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