20/03/2025
“Chico, Salve o Gandarela” pede ao presidente do ICMBio a definição da zona de amortecimento da unidade de conservação, afastando a mineração da área
O Movimento pela Preservação da Serra do Gandarela e a rede ativista NOSSAS lançaram nesta quinta-feira, 20, a campanha “Chico, Salve o Gandarela”. A ação pede ao presidente do presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Mauro Oliveira Pires, a definição da zona de amortecimento do Parque Nacional da Serra do Gandarela, unidade de conservação crucial para o abastecimento hídrico da região metropolitana de Belo Horizonte, atualmente ameaçada pela instalação de empreendimentos minerários em seu entorno.
Também assinam a campanha o Projeto Manuelzão, o Instituto Cordilheira, o Movimento Artístico, Cultural e Ambiental de Caeté (Macaca) e o Fórum Permanente São Francisco. O lançamento foi realizado coletivamente, às 13h, de modo virtual, com o apoio de movimentos, ONGs, cidadãos, cidadãs e mandatos parlamentares aliados à causa.
O ICMBio é a autarquia federal responsável por proteger a biodiversidade brasileira e gerir, proteger, monitorar e fiscalizar as 340 Unidades de Conservação (UC) federais existentes em todo o país, entre elas o Parque Nacional da Serra do Gandarela. O presidente do órgão é quem tem a atribuição de definir a zona de amortecimento do parque, a área do entorno em que normas e diretrizes especiais são aplicadas para garantir a estabilidade do ecossistema protegido, minimizando impactos negativos e afastando atividades degradadoras.
Com uma área de 31 mil hectares, o Parque Nacional da Serra do Gandarela está sobre parte do território de Caeté, Itabirito, Mariana, Nova Lima, Ouro Preto, Raposos, Rio Acima e Santa Bárbara. É fundamental para a preservação da biodiversidade Mata Atlântica e Cerrado e para o abastecimento de água de milhões de pessoas na região metropolitana de BH e municípios do entorno. Criado em 2014, o Parque Nacional ainda não teve sua zona de amortecimento definida.
O nome “Chico, Salve o Gandarela” faz referência ao poder de decisão do ICMBio, remetendo também a Chico Mendes, ativista ambiental, sindicalista e seringueiro brasileiro que lutou pela preservação da Amazônia, pelos direitos dos povos da floresta e contra a exploração predatória dos recursos naturais.
O instrumento de pressão é simples: no site da campanha, os visitantes têm acesso a um formulário no qual basta inserir nome, sobrenome e endereço de e-mail para enviar uma mensagem direta para o presidente do ICMBio, Mauro Pires.
A campanha surge num momento em que a Vale e projetos de “miniminas”, mas que causam graves impactos ambientais, ameaçam o Parque Nacional e a região do Gandarela. A demanda é que o presidente do ICMBio cumpra a legislação, respeite o processo técnico e participativo já apresentado ao Conselho da Unidade de Conservação e defina a zona de amortecimento sem alterações relacionadas aos interesses minerários na área.
Acesse o site https://chico-salve-o-gandarela.bonde.org/ e ajude na proteção integral da Serra do Gandarela e região!