Nota de Solidariedade

21/11/2018

Diante da tragédia ocorrida na última quinta-feira (15), na Av. Vilarinho, em Venda Nova, na qual três pessoas morreram e uma ainda dada como desaparecida, em decorrência do temporal que atingiu Belo Horizonte, o Projeto Manuelzão manifesta solidariedade aos familiares das vítimas e propõe à população uma reflexão acerca da situação da canalização dos rios urbanos.

“Lamentamos profundamente as perdas fatais de cidadãos na região, praticamente todos os anos, em época de chuvas! O episódio nos convoca a repensar os projetos de canalização dos rios urbanos e que temos de apreender não a dominar as águas, mas entender que temos de conviver com elas. Isso significa conviver com os cursos das águas dentro da cidade e nos leitos naturais, respeitando as áreas de inundação”, declara Marcus Vinícius Polignano, coordenador do Projeto Manuelzão.

A circunstância, considerada como “tragédia anunciada”, provocou a morte da estudante do curso técnico de meio ambiente do CEFET, Anna Luísa Fernandes de Paiva, de 16 anos, que foi sugada por um bueiro aberto ao descer de um carro na Avenida Doutor Álvaro Camargos, que estava alagada. Coincidentemente, Anna Luísa havia apresentado no colégio, no último dia 5, um projeto que previa o mapeamento das áreas de inundação da região. Também morreram afogadas Cristina Pereira Matos, de 40 anos, e a filha Sofia Pereira, de 6, encontradas dentro de um carro arrastado pela correnteza no cruzamento das avenidas Vilarinho e Cristiano Machado. Até o momento, ainda é considerado como desaparecido Jonnattan Reis Miranda, 28 anos, que entrou na correnteza, durante a enchente na Av. Vilarinho, após ter saído de casa, atordoado pelos estrondos do temporal. O jovem era portador de esquizofrenia e sua mãe, ao perceber a euforia, acionou a Polícia Militar e o plano de saúde, mas não obteve retorno de ambas as solicitações.

O Projeto Manuelzão propõe a descanalização do córrego do Vilarinho como forma de repensar a cultura equivocada da canalização de cursos d’água urbanos. De acordo com especialistas, o ideal é voltá-lo ao leito natural como alternativa para que consiga dar vazão ao curso d’água e que volte a cumprir o papel dele. “Do jeito em que está, o córrego parece um caixote, virou uma armadilha urbana”,  pontua Polignano.

Foto: Fabiana Cortes Oliveira

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