Novas fronteiras de acumulação extrativista em Minas GeraisProjeto Manuelzão

Novas fronteiras de acumulação extrativista em Minas Gerais: violências e resistências

20/12/2024

Assista à conferência completa do professor Daniel Neri durante o seminário “Saúde, Ambiente e Trabalho na Mineração”

Conferência foi ministrada por pesquisador de conflitos socioambientais no Quadrilátero Ferrífeo-Aquífero. Arte: Ana Vieira.

A conferência de abertura do seminário “Saúde, Ambiente e Trabalho na Mineração”, realizado no último dia 28 na Faculdade de Medicina da UFMG, já está disponível no YouTube. O Projeto Manuelzão e o Observatório da Saúde do Trabalhador (Osat) buscaram promover um dia de reflexões sobre os impactos da mineração em Minas Gerais, reunindo acadêmicos, lideranças sociais, parlamentares e representantes sindicais e de organizações trabalhistas.

A conferência “’Novas’ fronteiras de acumulação extrativista em MG: violências e resistências” foi ministrada por Daniel Neri, professor do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) em Ouro Preto e ativista da Frente Mineira de Luta das Atingidas e dos Atingidos pela Mineração (FLAMa-MG). Pesqisador dos conflitos socioambientais no Quadrilátero Ferrífero-Aquífero, Neri defendeu em 2023 sua tese “Terrorismo de barragens: estratégias de despossessão produzidas pela mineração de ferro em Minas Gerais”, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Marta de Freitas, engenheira especializada em Segurança do Trabalho e coordenadora do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), mediou a mesa e também apresentou breves contribuições.

Neri destacou a expansão do extrativismo mineral em Minas Gerais como um processo caracterizado por ganhos econômicos de curto prazo, mas que agrava desigualdades sociais e promove degradações ambientais irreversíveis. “Vivemos em um estado marcado pela mineração, mas o custo desse modelo é pago com a saúde das pessoas, com vidas humanas e com o meio ambiente. Não podemos aceitar que uma acumulação de riqueza para poucos seja feita à custa da precarização da vida de muitos”, argumentou Neri.

Ele enfatizou a importância da mobilização popular e da articulação de movimentos sociais para romper com as bases desse modelo, que ainda costuma-se chamar de “desenvolvimento”. “A resistência é fundamental para impulsionar um modelo mais justo e sustentável, que priorize as pessoas e o  meio ambiente”.

O seminário seguiu com outras três mesas ao longo do dia, aprofundando discussões sobre as condições de trabalho nas minas, os riscos à saúde dos trabalhadores e alternativas ao modelo minerário predatório atualmente em curso. Com o evento, o Projeto Manuelzão e o Osat reafirmaram o compromisso de estimular articulações entre conhecimento técnico-científico e vozes das comunidades impactadas em busca de um futuro marcado não pelo esfacelamento das condições de vida, mas pelo bem-viver. 

Assista à conferência na íntegra: 

 

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