Números que preocupam

17/05/2011

Dados do último Censo mostram como ainda estamos longe do saneamento básico adequado

Os dados preliminares do
Censo 2010 mal saíram e já têm dado o que falar. Os números referentes ao de
saneamento básico, por exemplo, não são muito animadores. Segundo o professor
do Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP,
Wanderley da Silva Paganini, seriam necessários gastos em torno de R$ 12
bilhões por ano, por vinte anos consecutivos, para suprimir o déficit de
saneamento básico no país. Atualmente, os gastos anuais do Brasil com
saneamento ficam na faixa de R$ 4 bilhões, sendo metade de fundos públicos e a
outra metade de companhias privadas de saneamento.

Para o também professor do
Departamento de Saúde Ambiental da FSP, José Luiz Negrão Mucci, a condição
sanitária do país reflete tanto as prioridades das políticas públicas quanto a
situação de rendimento da população. “Ou as pessoas não têm condições
econômicas de ligar seu domicílio à rede de coleta ou o próprio governo não
investe nos serviços gerais de saneamento para a população de baixa renda”,
afirma. Uma das características do saneamento básico brasileiro é a disparidade
entre regiões. Enquanto São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal e Rio de
Janeiro possuem mais de 76% dos domicílios ligados a rede de coleta de esgoto,
em estados de regiões menos urbanizadas essa porcentagem cai para 50%, em média
“Há locais onde não há sequer coleta. Em Manaus, por exemplo, apenas 11% do
esgoto é coletado, o que significa que quase todo o esgoto produzido permanece
no meio onde as pessoas vivem”, afirma Wanderley.

Fonte: Portal EcoDebate

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