O perigo mora ao lado

01/04/2011

Falta de planejamento urbano em Nova Lima é ameaça para o Rio das Velhas

Falta de
saneamento básico, mananciais e lençóis freáticos ameaçados pelo uso de fossas
negras, disposição inadequada de lixo, trânsito caótico e crescimento
desordenado: tudo isso em um só lugar. O chamado Vetor Sul da Região
Metropolitana de Belo Horizonte, que abrange os municípios de Nova Lima e
Brumadinho, tem sido a dor de cabeça da vez. A atenção com as questões
ambientais está em menor proporção que o crescimento imobiliário no local e as
conseqüências desse descuido podem custar caro para toda a Região Metropolitana.

O Vetor Sul é
cercado de 11 matas, dois parques, 10 cursos d’água, quatro lagoas e
responsável por 65% do abastecimento de água potável de Belo Horizonte, que é
captada principalmente no Rio das Velhas. De acordo com informações da Copasa,
42% do recurso natural que abastece as cidades metropolitanas, com exceção de
Caeté, Rio Acima e Itaguara, são provenientes do sistema de tratamento do Rio
das Velhas, que fica no Bairro Bela Fama, em Nova Lima.

Dados da
Fundação Estadual de Meio Ambiente revelam que apenas 13,9% do esgoto gerado em Nova Lima têm tratamento
adequado. Por isso, o município foi incluído na lista de 14 cidades da Bacia
Hidrográfica do Rio das Velhas que apresentam alta prioridade para solução da
insuficiência de rede coletora e de tratamento de esgoto. Até o ano passado,
Nova Lima deveria ter cumprido a determinação do Conselho Estadual do Meio
Ambiente e feito Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) necessárias para
evitar o lançamento da carga tóxica in natura no Rio das Velhas e a
contaminação dos lençóis freáticos, mas nada foi executado.

Segundo a Prefeitura,
entre 2005 e março de 2011, foram investidos cerca de 24 milhões de reais em
saneamento básico. Está prevista a construção de três novas estações, além das
ampliações das ETEs Jardim Canadá e Vale do Sereno, que opera no limite da
capacidade e recebe resíduos de aproximadamente 20 mil pessoas da região do
Seis Pistas. O prefeito de Nova Lima, Carlos Roberto Rodrigues (PT), afirma
ainda que recursos financeiros estão sendo pleiteados no Programa de Aceleração do Crescimento 2 para obras de drenagem
pluvial e redes coletoras de esgoto e que está em andamento uma solicitação à
Câmara de Vereadores para autorização de convênio com a Copasa. A previsão é
que, se a parceria for consolidada, dentro de quatro anos o município esteja
completamente saneado.

Para acabar
com o problema do esgoto, o Ministério Público Estadual vai submeter a Prefeitura
a um termo de ajustamento de conduta (TAC), que estabelece prazos para a
implantação de 100% de rede de coleta de resíduos no município. A medida,
determinada pela promotora de Defesa do Meio Ambiente da cidade, Andressa
Lanchotti, será firmada em 15 de abril.

 

A partir de informações do Estado
de
Minas

 

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