O que deu certo e o que deu errado no combate à COVID-19 no Brasil - Projeto ManuelzãoProjeto Manuelzão

O que deu certo e o que deu errado no combate à COVID-19 no Brasil

17/08/2020

Como o Brasil lidou até agora com a COVID-19. O que deu certo e o que deu errado?

Epidemias Brasileiras

No Brasil as epidemias fazem parte da nossa história. Em 1902 a capital do país o Rio de Janeiro, não era propriamente uma cidade maravilhosa. Vários problemas urbanos, cortiços e favelas já castigavam os 700 mil cariocas, além dos surtos epidêmicos de peste bubônica, varíola e febre amarela, que mataria naquele ano quase mil pessoas.

Oswaldo Cruz, que era um médico sanitarista, logo constatou que as epidemias mostravam a transmissibilidade da doença, que necessitava de prevenção. Além de criar um sistema de vigilância sanitária que saneou a cidade do Rio de janeiro na época, percebeu a necessidade de criação de um Instituto voltado para os grandes problemas de saúde pública brasileira.

O Instituto Oswaldo Cruz, conhecido popularmente por Manguinhos, nasceu assim. A instituição é uma das mais conceituadas no mundo, produzindo vacinas e conhecimentos fundamentais para o enfrentamento das endemias e epidemias que assolaram o nosso país.

Além dessas, o século XX foi marcado ainda por outros surtos e epidemias, como poliomielite, caxumba, cólera e, mais recentemente dengue, chikungunya, dentre outras. Graças a evolução da ciência, foi possível descobrir os agentes, a forma de transmissão, tratamentos e vacinas para impedir novos surtos epidêmicos.

COVID-19: O QUE DEU CERTO?

• Conseguimos um tempo para retardar a curva de crescimento rumo ao pico da doença, isto permitiu que as autoridades públicas pudessem avaliar o crescimento do número de casos e ajustar medidas de distanciamento de acordo com a situação;

• Na medida do possível foi possível preparar o sistema de saúde, especialmente no que se refere ao leitos clínicos e de utis para o avanço da doença;

• A disseminação de informações sobre medidas de prevenção foi um fator positivo;

• Apesar de todas as deficiências e dificuldades o Sistema Único de Saúde demonstrou uma capacidade de respostas e de robustez diante deste teste da pandemia;

• Ficou demonstrada a capacidade e a dedicação dos profissionais de saúde do Brasil, verdadeiros guerreiros do povo brasileiro;

• Trabalhadores essenciais tornaram-se visíveis para a sociedade como garis, caminhoneiros, motoristas de coletivos urbanos, e tanto outros.

O QUE DEU ERRADO?

• Número de infectado e mortos nos colocou dentre os primeiros lugares do mundo, praticamente perdendo somente para os Estados Unidos, ou seja a doença não foi bem controlada.

• O negacionismo do presidente da república enfraqueceu o papel do ministério da saúde na gestão nacional da pandemia, o que deslocou as ações para estados e municípios que criaram critérios próprios e independentes nem sempre eficazes para o controle da pandemia;

• A desigualdade de condições econômicas entre as diversas regiões do países potencializou a disseminação da doença;

• A desigualdade de condições dos sistema de saúde nos diversos estados também ficou evidente, principalmente no que se refere a deficiência de leitos clínicos e mais ainda de utis na rede do SUS, especialmente no estados do Norte e Nordeste do país;

• A tomada de decisões sem critérios fez com que o isolamento se desse simultaneamente em todo o país, mesmo em áreas onde não se tinha nenhum caso suspeito ou infectado. Isto provocou, provavelmente, uma certa exaustão por parte da população diante do arrastar da quarentena, por 60 ou 90 dias. Depois disso, quando os casos começaram efetivamente a crescer, iniciou-se o processo de flexibilização, sem embasamento científico;

• A baixa testagem de pacientes levou a um grande número de subnotificações de casos que gerou uma fragilização da informação sobre o número de infectados e consequentemente das medidas de controle a ser adotadas;

• A politização do tema provocou um debate que saiu do campo da ciência e prudência e começou a ser partidarizar;

• A corrupção em processos licitatórios para a construção de hospitais de campanha e respiradores, demonstrou que a corrupção com o dinheiro público continua sendo o nosso pandemônio.

 

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