Para ONU, próxima década será de combate à desertificação

17/01/2014

No Brasil, os nove estados do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo fazem parte das áreas vulneráveis a esse processo, de acordo com o Ministério do meio ambiente.

Durante a abertura da segunda Conferência
Internacional sobre Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Áridas
e Semiáridas (ICID), que ocorreu em 2010, na cidade de Fortaleza, a ONU
anunciou que os próximos dez anos serão considerados “década sobre desertos e
de combate à desertificação”.  

Com o alerta, as Nações Unidas pretendem
conscientizar os líderes mundiais a respeito das dimensões preocupantes da
desertificação e incentivar a criação de políticas de prevenção e de adaptação
às mudanças climáticas em áreas consideradas de risco.  

O objetivo desta constatação foi conseguir
maior comprometimento das nações na luta contra a desertificação. , foi criada,
em 17 de junho de 1994, a Convenção das Nações Unidas de Combate à
Desertificação (UNCCD). Em operação desde de 1996, ela conta com a adesão de
190 países e estabelece as diretrizes de ação para reverter esse fenômeno.

De acordo com a UNCCD, atualmente, mais de 100
países enfrentam um processo acelerado de desertificação em suas terras. No
total, aproximadamente 33% da superfície do planeta já está comprometida, o que
atinge a vida de aproximadamente 2,6 bilhões de pessoas.

Desertificação, como informam especialistas, é
o empobrecimento dos ecossistemas áridos ou subúmidos em virtude do efeito
combinado das atividades humanas e da natureza. No processo de desertificação,
o solo perde suas propriedades, tornando-se infértil, seja pelo desmatamento,
uso incorreto de produtos químicos nas lavouras ou pelas mudanças climáticas,
onde os períodos concentrados de chuva colaboram para a sua erosão. O
desenvolvimento da agricultura é prejudicado, o que diminui a produção de
alimentos e aumenta a fome e a pobreza. A desertificação também afeta a
biodiversidade, ao modificar radicalmente o ecossistema da região onde ocorre.  


Estudo da ONU sobre desertificação preocupa ambientalistas
Um estudo feito pela Universidade das Nações
Unidas (UNU), em 2007, mostra que as áreas mais afetadas por esse processo
seriam a África Subsaariana e a Ásia Central. Ainda de acordo com a UNU, até
2017, mais de 50 milhões de pessoas terão que migrar por causa da
desertificação.

Brasil

De acordo com levantamento feito pelo
Ministério do Meio Ambiente, no Brasil, os nove estados do Nordeste, Minas
Gerais e Espírito Santo fazem parte das áreas vulneráveis a esse processo. Um
estudo feito pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA)
identificou as cidades de Gilbués (PI) Irauçuba (CE), Seridó (RN) e Cabrobó
(PE) como núcleos de desertificação, totalizando uma área de 18.743,5 km2 de
intensa degradação.

Porém, estudos feitos pelas Universidades
federais de Goiás e do Rio Grande do Sul apontam a ocorrência desse processo
também no Cerrado e no Pampa, respectivamente. O plantio de espécies nativas
desses biomas poderia recuperá-los, segundo os pesquisadores.

Mas como alerta especialistas, é possível
controlar o avanço da desertificação, apesar da gravidade do problema. Para
isso, os planos e ações precisam ser desenhados com arranjo que envolva todas
as secretarias de estado, organizações representativas da sociedade civil,
instituições de ensino e pesquisa. Para eles, o desafio é fazer com que o tema
da desertificação seja tratado com seriedade e compromisso pelos governantes para
que a população não sofra as consequências.   

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