Parem a transposição!

17/10/2013

Ambientalistas defendem paralisação da transposição do São Francisco e defendem profunda reflexão acerca do rio. Para eles, futuras gerações podem não ter o Velho Chico.

Ambientalistas e coordenadores do Projeto Manuelzão em uma extensa matéria para o
jornal Super Notícia, edição número
4176, defenderam a interrupção dos trabalhos de transposição das águas do rio
São Francisco. Segundo eles, mesmo com o aparente irrisório percentual de água
que será retirada (1,4%), o problema é muito mais sério e estaria na falta de revitalização
dos rios que compõem toda a bacia e do assoreamento do próprio São Francisco.

De acordo com o professor Apolo Heringer Lisboa, um dos
coordenadores do Projeto Manuelzão e uma das referências em recursos hídricos no
estado, se interromper a obra, não resolve, continuar também não. Para ele, foi
criado um problema. “Se parar, o prejuízo será menor. Então, é melhor parar e
arcar com o prejuízo e aumentar o investimento em adutoras, por exemplo”, explica.

As adutoras, além de transportarem um volume menor de água e
exigirem menos gastos em sua concepção, impedem que haja perdas com evaporação,
como acontecerá com a transposição.
Transposição do São Francisco

O professor Apolo teria feito uma expedição ao Rio São Francisco
e nela constatado que, a situação é gravíssima, pois a maioria dos municípios
da bacia não trata nada do que joga no rio e metade trata do esgoto e a outra
não trata com qualidade. “O São Francisco e seus afluentes estão gravemente
doentes. Não é só revitalizar o rio. Há de se olhar a bacia”, ressalta.   

Thomaz Matta Machado, também um dos coordenadores do Projeto
Manuelzão, revelou que a transposição
está longe de ser o melhor caminho para fazer a água chegar aos rincões
nordestinos. “Adutoras e sistemas interligados podem ser uma solução mais
interresante”, afirma.

    “O rio não aguenta mais produzir energia,
irrigar, receber esgoto, lixo e desmatamento. É preciso haver um limite. Temos
que definir o limite de uso da água. Se não fizermos isso, as gerações futuras
podem não ter o rio São Francesco”, alerta Apolo.   

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