“Parque do Onça” pode sair do papel

17/10/2013

Um sonho antigo de ativistas e ambientalistas, o Parque do Onça pode ser construído e além de criar uma área de lazer para a população, também pode melhorar a questão ambiental às margens do rio.

Um
projeto que há anos vem sendo projetado por ambientalistas, associações,
mobilizadores e multiplicadores da Bacia do rio das Velhas pode estar chegando
perto de ser concretizado, o “Parque do Onça”, um espaço natural que preserve o
meio ambiente e traga qualidade de vida à população. A proposta com a criação
do Parque, segundo o Secretário da Regional Norte, Élson Alípio Júnior, é a implantação
de um parque linear na área remanescente, que garantirá sustentabilidade à
intervenção.       

“Lutamos muito
para fazer valer o que está acontecendo hoje. Essa luta vem há anos quebrando
paradigmas. Em parcerias e na coletividade conseguimos alcançar nossos
objetivos”, ressalta o presidente do Conselho Comunitário Unidos pelo Ribeiro
de Abreu (Comupra), Danilo Leal, um dos bairros contemplados com os 6 quilômetros
da obra.

Para ele,
o projeto requalificará o curso d’água que atravessa toda a região. “Conseguimos
entender que todas as ruas chegam ao Ribeirão Onça e que onde a vida está mais
ameaçada é nas margens dele. Nesta visão conseguimos entender que nós temos que
respeitá-lo e que interferir no Onça é interferir em nossas vidas”, comenta o
integrante do Comupra, Itamar de Paula, ao revelar que desde 2007 a luta pelo
Onça acontece.
Integrantes do Comupra Itamar de Paula e o presidente, Danilo Leal

O Parque
faz parte de um dos projetos da prefeitura de Belo Horizonte que recentemente
assinou contratos de financiamentos de três obras contra inundações na capital.
“Os projetos avaliados em R$461,08 milhões contemplam córregos das regiões
Norte, Nordeste, Oeste e Pampulha”, explica o Secretário da Regional Norte, Élson
Alípio.

A maior
parte do recurso (137 milhões) virá de financiamento junto a Caixa Econômica
Federal, sendo R$22 milhões provenientes de recursos da prefeitura. Outros R$
64 milhões (também financiados) serão destinados ao reassentamento de pessoas
desapropriadas. As obras devem começar no primeiro semestre do ano que
vem.       


Secretário da Regional Norte, Élson Alípio Júnior
“Com o
recurso, serão realizadas operações de manejo de águas pluviais nos córregos Pampulha,
Ressaca e Cachoeirinha, na região da Pampulha; e no Córrego do Pintos, na
região Oeste da capital,”revela o Secretário Élson. Para ele, esta é uma obra
fundamental para toda a região. “Este é um dos mais importantes passos para melhorar
a infraestrutura e qualidade de vida dos moradores, além de preservar o meio
ambiente e promover lazer à população”, disse.

Área de risco

No
entorno do córrego Cachoeirinha e dos ribeirões Pampulha e Onça, nas regiões
Pampulha, Norte e Noroeste, está prevista a remoção e o reassentamento de 1300
famílias de áreas ribeirinhas.

“Hoje o
principal problema do Rio das Velhas é o Ribeirão do Onça e por isso achamos
que uma intervenção deste porte que está sendo discutida deveria ser analisada,
ser entendida. Deveria haver a contribuição de todos para podermos errar o
mínimno possível nessa ação”, destaca Itamar de Paula.

Para ele,
a proposta muda completamente a região. “Não estamos falando de um bairro,
estamos falando em ações ligadas diretamente às margens do Onça e que atingirão
sete bairros da região”, ressalta. 

Para o
presidente do Comupra, Danilo Leal, a proposta é fazer uma intervenção com
caráter e iniciativa de preocupação a princípio social. “As margens do Onça
está toda ocupada e o trabalho será de realocar todas as famílias dessa área de
risco. Além do trabalho de realocação das famílias, a nossa preocupação social
é pelo resultado ambiental que irá surgir após tudo isso, que será devolver ao
Onça suas margens desocupadas, o que é o natural”, revela Leal ao analisar que
a expectativa agora é procurar a comunidade. “A nossa proposta é de construir o
projeto dentro da uma visão da comunidade e passar essa idéia para a prefeitura
para que ela veja o que a comunidade  espera
e propõe. O desafio é construir a identificação de cada comunidade e ver o que
gostariam que fosse feito no Parque”.

Para o
coordenador do projeto Manuelzão, Marcus
Vinícius Polignano, a obra é fundamental no sentido da preservação ambiental e
na melhoria da qualidade de vida da população. “Se concretizado este será mais
um passo importante para a preservação do Onça, da infraestrutura da capital e da
qualidade de vida de seus moradores”, ressalta.

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