Pesquisa aponta concentração elevada de metais pesados ao longo do Rio Doce

16/12/2015

O levantamento foi realizado por um grupo independente que analisaram amostras de água e sedimentos coletados; análises indicaram níveis acima do indicado por lei.

Primeiros resultados das análises de amostras de água e
sedimentos coletados em 10 pontos ao longo da bacia do Rio Doce e afluentes
foram divulgados por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB). Análises
revelaram que foi encontrado elevada concentração de metais pesados. Em alguns
locais, os níveis de contaminação estão acima dos limites recomendados pela Resolução
357 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), inclusive em água coletada
para abastecimento humano.

Os profissionais e cientistas são da Universidade Federal de
São Carlos (UFscar), de São Paulo e formam um grupo independente de pesquisa
que está avaliando os impactos causados pelo rompimento da Barragem em Mariana.

Além das áreas atingidas pelo desastre, o contágio também
foi detectado em níveis acima do indicado pela legislação nacional em pontos
que não foram afetados, como os que estão acima do ponto atingido pelo
vazamento, e na água captada e tratada em Governador Valadares. O valor
encontrado em cada litro, de 0,04mg, é quatro vezes maior que o tolerável. O
valor máximo permitido é de 0,01mg/L, de acordo com os critérios de
potabilidade estabelecidos na Portaria 2.914, do Ministério da Saúde.

Segundo pesquisadores da UFScar, os níveis encontrados na
água estão acima do padrão. Eles ainda informaram que amostras foram feitas
dentro do sistema de captação de água de Valadares. Uma substância, para ser
considerada tóxica, depende da concentração e do tempo de exposição. Arsênio é
cancerígeno, se você tiver contato constante com ele. O problema é o consumo a
longo prazo.

No caso do arsênio, a pesquisa apontou que foram encontrados
níveis acima do admitido mesmo em pontos não afetados pelo rompimento da barragem,
embora a concentração mais significativamente aumentada tenha sido indicada
entre Bento Rodrigues e a cidade de Barra Longa.

O estudo concluiu também que os níveis de manganês estavam
elevados em pontos não impactados pelo desastre e que, em locais atingidos pela
onda de lama, a concentração está ainda mais acima do aceitável. Quanto ao
chumbo, os resultados demonstraram anormalidade em pontos Rio Gualaxo do Norte,
em Paracatu de Baixo e na cidade de Rio Doce.

De acordo com o Grupo Independente de Análise de Impacto
Ambiental (GIAIA), que realizou a pesquisa, nesse primeiro momento foram
analisadas as concentrações de 10 metais: alumínio dissolvido, ferro
dissolvido, arsênio, manganês, selênio, cádmio, chumbo, lítio, níquel e zinco.
As quantificações de antimônio, bário, cálcio, césio, cromo, cobalto, cobre,
magnésio, mercúrio, rubídio, prata, estrôncio, urânio e vanádio serão
disponibilizadas brevemente.

 

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