Poluição mata 234 vezes mais do que conflitos, diz ONU

10/01/2018

Ainda segundo o documento, em 2012, 12,6 milhões de mortes prematuras foram causadas pelas condições ambientais, uma cifra que representa 23% do total.

A degradação ambiental e a
poluição fazem anualmente 234 vezes mais vítimas prematuras ao redor do mundo
do que os conflitos armados, informou um relatório do Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) em parceria com a Organização Mundial da
Saúde (OMS) divulgado nesta segunda-feira, dia 23.

Dados foram revelados em Nairóbi,
no Quênia, em meio à II Assembleia Ambiental das Nações Unidas (Unea-2), que
reúne mais de 2 mil representantes de 170 países. Ainda segundo o documento, em
2012, 12,6 milhões de mortes prematuras foram causadas pelas condições
ambientais, uma cifra que representa 23% do total. Entre as fatalidades, mais
de 7 milhões estão diretamente ligadas aos efeitos da poluição. Outras 842 mil
pessoas faleceram por falta de água potável, sendo que 97% das vítimas moram em
países em desenvolvimento. A exposição ao chumbo mata 654 mil e ao amianto 107
mil anualmente.

 O diretor-executivo da Pnuma,
Achim Steiner, explicou que “ao destruir a infraestrutura ecológica do nosso
planeta e aumentando a poluição, ocorre um custo cada vez maior em termos de
saúde humana e bem-estar”. “Com a poluição do ar, a exposição a substâncias
químicas e até mesmo a extração dos nossos recursos naturais, temos
comprometido nossos sistemas de suporte à vida”, acrescentou. Os desastres
naturais fizeram desde 1995 ao menos 606 mil vítimas fatais e afetaram de
alguma forma 4,1 bilhões de pessoas. (ANSA)

Exposição a resíduos químicos

O relator especial das Nações
Unidas sobre gestão e eliminação racional de substâncias e resíduos perigosos,
Baskut Tuncak, alertou nesta quinta-feira, em Genebra, que a exposição aos
resíduos químicos pode ser a maior causa de doenças e mortes em todo o mundo.
Ele declarou que os efeitos da exposição à poluição no ar, na água e nos alimentos
têm maior impacto nos grupos vulneráveis.

Para Tuncak, este tipo de
poluição mata mais os pobres, de forma desproporcional, com mais de 90% da
incidência de doenças associadas ocorrendo em países de baixa ou média rendas.
Crianças e grupos minoritários são os mais afetados. O especialista destacou
ainda que bilhões de pessoas estão do “lado errado” do que chamou de
“divisão tóxica” e não conseguem obter compensação diante da grande indústria.

O especialista disse que os
impactos da poluição e dos resíduos tóxicos são “evidentes”, mas muito pouco é
feito para enfrentar esta crise de saúde pública. As declarações do relator
constam de um informe apresentado ao Conselho dos Direitos Humanos da ONU. Para
Tuncak, o motivo dessa inação se deve aos Estados que promovem os direitos
humanos no exterior, ignorando as questões domésticas.

 

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