04/02/2011
Parque Lagoa Seca criará um corredor ecológico do Belvedere ao Taquaril
Belo Horizonte poderá ganhar mais uma área de preservação e lazer em breve. Essa é a torcida do movimento que luta pela criação do Parque Lagoa Seca. Ele ficará situado entre os bairros Mangabeiras e Belvedere, na região da Mineração Lagoa Seca. O projeto prevê um espaço de 5 milhões de m² de uso múltiplo, com áreas verdes, pistas de caminhada, praça de esportes e dois lagos. Há também ideia de implantação de trilhas ecológicas, campo de pouso para parapentes e até plataforma de salto. Com o Parque, será estabelecido um cinturão de unidades de conservação abrangendo áreas do Taquaril, Mata da Baleia, Parque das Mangabeiras, Parque Paredão da Serra, Mata do Jambreiro, Vale do Sereno, Parque Lagoa Seca e Mata do Cercadinho.
O movimento destaca que a área ocupada pela Mineração Lagoa Seca é a única que falta ser agregada à proteção da Serra do Curral na região Centro Sul da cidade. (Foto: Claudio Greco)A Mineração Lagoa Seca está na região desde 1951 e explora a dolomita, mineral usado na fabricação de refratários. Estudos revelaram que a exploração na maior parte do local já não é mais viável. Em 2005, a empresa deveria ter encerrado suas atividades, mas conseguiu prorrogá-las por meio de uma Licença de Operação (LO). Dentre as 32 condicionantes apresentadas pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (COMAM) para a liberação da LO, estavam as que determinavam que após abril de 2012 a mineração deverá ser extinguida, o local recuperado e transformado em domínio público. O Movimento Pró Lagoa Seca propõe a imediata regularização dessa decisão tomada pelo COMAM. “Estamos criando um movimento que faça uma pressão para que eles cumpram com o acordado, que sensibilize a comunidade e órgãos governamentais”, explica o líder do Movimento, Adriano Peixoto.
De acordo com o Pró Lagoa Seca, o objetivo da criação do Parque é proporcionar à população belo-horizontina a melhoria do clima, da qualidade de vida além de oferecer opções de lazer em áreas verdes e proteger a região. Adriano pontua que a transformação da área no Parque concilia a necessidade do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional de proteger a Serra do Curral. Ele observa que além da flora especial de campo rupestre, o local é o habitat de três espécies de aves pré-ameaçadas: o Campainha-azul, o Capacetinho-do-oco-do-pau e o Papa-moscas-de-costas-cinzentas.
Um dos medos dos manifestantes é que as condicionantes sejam revisadas, possibilitando a transformação da área em domínio privado e a conseqüente venda para loteamento. “Não queremos isso”, afirma o líder. Conforme ele, o aumento da população local traria poluição, problemas para o clima, para o tráfego e vulnerabilidade para as nascentes do córrego Acaba Mundo. Entramos em contato com a Mineração Lagoa Seca, mas o reponsável pelo empreendimento não pode responder até o fechamento da matéria.
Para reforçar o movimento, integrantes organizaram um abaixo-assinado. O documento fica disponível na internet e em encontros organizados por eles em pontos da cidade. Dentre assinaturas físicas e eletrônicas, são contabilizadas cerca de 1200 adesões. A previsão é que em março haja um novo encontro na praça JK para o recolhimento de mais assinaturas. Em breve haverá também uma audiência pública para esclarecimento do projeto. Você pode juntar-se ao Pró Lagoa Seca, participando do abaixo-assinado online.