Pouco avanço, muita poluição

24/05/2013

Prefeitura de BH investe pouco no uso de biocombustíveis

Belo Horizonte conta hoje com uma frota de 1,5 milhão de veículos, responsáveis por 72% da emissão de gases poluentes do município. O número de emissões totais de gás carbônico em BH aumentou 45% de 2000 a 2010 segundo levantamento feito no ano passado pelo Comitê Municipal sobre mudanças climáticas e Ecoeficiência. De acordo com a Política Municipal de Mitigação dos Efeitos da Mudança Climática, instituída em 2011, a meta é reduzir, em quatro anos, 30% dos lançamentos de gases que causam o efeito estufa. Porém, o transporte público da capital mineira ainda circulando sem mudanças no combustível.

A BHTrans afirma que seus ônibus trabalham com a proporção de 5% de biocombustível. A empresa também garante estar investindo em alternativas, como o gás natural e o etanol. O economista Francisco Oliveira é fundador da ONG Trem, entidade que luta pela melhoria do sistema de transporte público brasileiro e coloca que a questão não é tão difícil assim. “Segundo os fabricantes, até 20% de biodiesel não exigiria mudanças nos motores”, pontua Francisco. Para ele faltam iniciativas do poder público e das empresas para incentivar a produção e o uso do biodiesel.

O Comitê Municipal sobre mudanças climáticas e Ecoeficiência prevê para maio deste ano o Plano de Redução das Emissões de Gases de Efeito Estufa, cujo orçamento é de R$308.780. O órgão revela que a meta de 30% de redução das emissões deve ser revista.

O Diretor Regional da Associação Nacional de Transportes públicos em Minas, Ricardo Ladeira, ressalta que a tendência mundial é o uso de motores elétricos, mas, para chegar lá, os biocombustíveis farão parte do caminho.


Biocombustíveis são produzidos a partir de organismos vivos, como milho, soja e cana. Eles permitem a reabsorção de parte do gás carbônico liberado em sua queima durante o período de crescimento.
Para saber mais sobre os principais gases poluentes, leia a matéria “Pelo cano de descarga”, nas páginas 10 e 11 da Revista Manuelzão 68.

 

Foto: SMCS/Curitiba

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